Por Rui Maciel
Consideradas como o carro-chefe do ecossistema brasileiro de startups, as fintechs não dão mostra de “cansaço”. De 2019 para 2020, o setor cresceu 34% no Brasil. Além disso, nos nove primeiros meses deste ano, a área atraiu US$ 939 milhões em aportes e, nos últimos cinco anos, foram investidos US$ 2,4 bilhões neste mercado.
Os dados são do Distrito Fintech Report, levantamento realizado pelo Distrito, empresa de inovação aberta que atua junto a startups e que também mapeou o número de fintechs no país: 828. Por conta da representatividade do setor para o ecossistema de brasileiro de startups, o estudo sobre as fintechs passará a ser divulgado mensalmente.
Setor diversificado
O mapeamento dividiu as startups do setor em 14 áreas de atuação. Atualmente, as três categorias mais representativas deste mercado são: Meios de Pagamento (16,3%), Backoffice (15,5%) e Crédito (15%). Em seguida estão os segmentos de Risco e Complicance (8,8%), Serviços Digitais (7,1%), Investimentos (6,4%), Criptomoedas (6,3%), Tecnologia (5,3%), Fidelização (4,8%), Crowdfounding (4,6%), Finanças Pessoais (4,2%), Dívidas (2,2%), Câmbio (2,1%) e Cartões (1,4%).
A categoria de Serviços Digitais foi a que mais recebeu recursos, entre janeiro e setembro de 2020. Ao todo foram US$ 600,5 milhões captados. Um dos destaques deste setor foi a rodada de captação da Neon, no valor de US$ 300 milhões. Em segundo e terceiro lugar estão as categorias de Meios de Pagamento e Crédito, com a captação de US$ 93,6 milhões e US$ 86,7, respectivamente. Vale ressaltar que o mês de setembro registrou o maior volume de aportes do ano, no montante de US$ 431,6 milhões. Este número é 1.406% superior ao mesmo período de 2019.
“A América Latina possui um mercado extremamente aquecido no setor de fintechs e o Brasil é o grande destaque da região”, afirma Tiago Ávila, líder do Distrito Dataminer, braço do Distrito responsável pela elaboração de estudos do universo de startups. “Apesar da crise, em 2020 observamos que essas startups não foram engolidas por empresas ou grandes bancos. Pelo contrário, percebemos uma aproximação cada vez maior desses players, seja por programas de aceleração, parcerias ou mesmo contratações”,
Pix, fusões e aquisições
Ávila ainda destaca que, com o PIX batendo à porta, a tendência é projetar ainda mais avanços para o setor de fintechs, especialmente para as startups de Meios de Pagamento. “Essa é a maior categoria do segmento, que emprega mais de 14 mil pessoas e captou mais de US$ 7 milhões em investimentos só no último ano. A chegada desta nova tecnologia para o segmento abre margem para inovações que vão beneficiar todo o setor”, concluiu.