Ramalho Lima – via nexperts
Durante a conferência de hacking DEF CON, que foi realizada virtualmente neste ano devido à pandemia de covid-19, uma informação surpreendente veio à tona: alguns modelos de aviões da Boeing (maior companhia aérea do mundo) ainda utilizam disquetes em atualizações críticas, incluindo as aeronaves 737 e 747.
Por mais estranho que possa parecer, grandes corporações utilizam tecnologias ultrapassadas, incluindo sistemas operacionais e hardware obsoleto. É exatamente o que acontece com o Boeing 747. Especialistas da Pen Test Partners tiveram acesso ao interior de uma aeronave que faz parte da frota da British Airways e está temporariamente inoperante devido à pandemia. Durante a inspeção, eles descobriram um drive de disquetes de 3,5 polegadas, que, supostamente, suporta dispositivos de 1,44 MB.
Os disquetes são usados para atualizar as informações críticas de navegação das aeronaves, como a introdução de novos aeroportos e rotas ou alterações em pistas de decolagem. Esse processo é realizado a cada 28 dias com a utilização de oito disquetes nas sessões mais recentes. Supondo que cada disco tenha 1,44 MB de capacidade, podemos concluir que a aeronave recebe o equivalente a 11,5 MB de dados a cada mês.
Esse método deverá ser mantido enquanto os técnicos da companhia o considerarem viável e seguro. Como o volume de dados é baixo e o processador de atualização é relativamente rápido, é muito mais fácil continuar usando os disquetes do que fazer uma alteração na estrutura da aeronave.
Aliás, o Boeing 747-400 citado foi lançado em 1988 e não é mais fabricado.
Aeronaves mais recentes
As aeronaves mais recentes da Boeing, como o 787 e o 777, já não têm drive de disquete em suas cabines, contando com tecnologias mais evoluídas e de alta segurança, como ARINC 664 e ARINC 629.