Por Mauro Fisberg
Quando crianças, ou mesmo na adolescência, esta é uma das perguntas mais frequentes por parte dos familiares, redações escolares, e mesmo do pediatra. Que pergunta mais complicada e difícil de responder. Qual é o fator que define nossos interesses? A herança familiar? Um ídolo da televisão ou do Youtube? Um post do instagram? Uma notícia?
Muitas vezes nossos pais nos colocam já várias opções de atividades que podem nos despertar algum tipo de interesse e podem ou não ter algum tipo de sucesso no futuro. Fazemos escolinhas de esporte, aprendemos natação, jogamos futebol, temos aulas de diferentes instrumentos musicais, aulas de religião ou reforços de ensino. Alguns pais levam seus filhos a jogos esportivos, concertos, festivais, shows de música ou de personagens. Será que isto determina a nossa escolha profissional ou o que queremos fazer como passatempo, hobby ou modo de vida? Se eu começar a brincar com minhas telas eletrônicas precocemente serei um futuro gênio de informática ou um milionário em uma nova start up?
O desejo dos pais
Quase nunca ocorre assim, mas o modelo familiar pode gerar normas de direcionamento futuro. Assim, se Mozart não tivesse nascido em uma família de músicos, teria começado a compor aos 4 anos de idade? Fiquei pensando muito nisso quando esta semana fui a um concerto de música clássica e vibrava com o pianista que acompanhou a orquestra sinfônica do estado de São Paulo, Cristian Budu, extremamente jovem e já ganhador de dezenas de prêmios internacionais.
O futuro Nelson Freire (nas palavras do renomado pianista brasileiro) provavelmente não teria este impacto se não tivesse tido aulas precocemente, levado por sua família. Com aptidão ou não, se não temos chances, dificilmente somos levados a algo diferente.