A carreta do Hospital do Amor está fazendo atendimento na Rua Marechal Rondon, no Centro de Campo Grande, para aproveitar a movimentação. Apesar disso, das 25 senhas disponíveis para o período da manhã, apenas seis foram distribuídas, o que causou estranheza na atendente Talita Siqueira de Andrade, 40 anos.
Talita chegou às 6h, já esperando fila de dobrar o quarteirão, mas não foi o que encontrou. “Eu pensei que estava no lugar errado, porque, quando tem bazar ou promoção, as filas dão volta na quadra”, comparou. “Parece que as pessoas não dão valor a essa ação, só às promoções”, avaliou.
Sem histórico de câncer na família, a atendente vai passar pela sua primeira mamografia, segundo ela, pela oportunidade. Mora no centro e está no último dia de recesso.
A preocupação também está baseada nos índices. No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o de maior incidente entre as mulheres. Para 2025, a estimativa é que sejam diagnosticados 73,6 mil novos casos, o que representa incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres, segundo Inca (Instituto Nacional do Câncer).
Pensando na prevenção, Jozy Riquelme, 45 anos, também chegou cedo. Foi a segunda da fila, mas chegou por volta das 7h. Está de férias e, mesmo trabalhando no Centro, acredita que não teria tempo para fazer o exame em outra oportunidade, já que o expediente é das 8h às 18h. Esta vai ser sua segunda mamografia e, por não ter histórico familiar, acabou relaxando.
Isso porque, segundo informações no atendimento da carreta, o ideal é que a mulher faça uma mamografia por ano, dos 40 a 49 anos e, a partir dos 50 anos, um exame a cada dois anos.
Por isso, quando viu nas redes sociais que a carreta faria atendimento, Jozy não quis perder a oportunidade. “Antes prevenir do que tomar um tombo lá na frente, com o susto”.
A professora aposentada Soraia Campos, 56 anos, não sabia da ação, mas, ao sair da academia e passar pelo Centro, viu a carreta e já repassou as informações para as amigas do grupo de igreja, das ex-colegas e da musculação.
Soraia fez mamografia ano passado, mas não quis perder a oportunidade. A mãe teve câncer de mama, o irmão passou por transplante de medula, outro teve câncer de estômago e o pai faleceu por conta da doença.
A aposentada lamentou a baixa procura e credita isso à falta de divulgação, mas também aponta a eterna procrastinação para no autocuidado. “O costume do ser humano é esse, amanhã eu vou atrás, tire tempo para sua saúde; para você conseguir viver muitos anos, tem que se cuidar hoje, aqui você não está perdendo tempo, quanto antes fizer, melhor”, finalizou.
Serviço – A carreta ficará na Marechal Rondon, em frente ao Pátio Central até quarta-feira (8). São 25 senhas por período, ou seja, 150 no total.
O atendimento será realizado das 8h às 16h, sem pausa para almoço. As interessadas devem ir ao local levando documento com foto, comprovante de residência e cartão do SUS.
Fonte: Campo Grande News
Foto: Henrique Kawaminami