Senador espera apoio do governo em projeto de lei como ‘retratação’ de Lula
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse nesta quarta-feira (22) que espera que o governo federal apoie o projeto 1307/2023, apresentado por ele, como um pedido de desculpas. O texto tem como objetivo impor leis mais duras ao crime organizado.
A afirmação do ex-ministro e ex-juiz se refere à revelação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça (21) de que alimentava uma ideia de vingança ao senador quando estava preso em Curitiba.
Para Moro, a fala de Lula — de que “só vai ficar bem quando eu f… com o Moro” — expõe ele e a família a uma situação de “vulnerabilidade”.
Nesta quarta, um dia depois da declaração do presidente, a Polícia Federal prendeu criminosos vinculados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) que planejavam atentados contra Sérgio Moro, sua família e outras autoridades públicas.
Leis mais duras
Como antecipou o R7, o parlamentar anunciou um projeto de lei com regras mais sérias para ampliar a proteção de agentes públicos ou processuais envolvidos no combate ao crime organizado.
Novos tipos penais
O projeto de lei de Moro sugere dois novos tipos penais: a obstrução de ações contra o crime organizado e a conspiração para a obstrução de ações contra o crime organizado. As penas para ambos os delitos seriam de quatro a 12 anos de prisão, além de multa.
De acordo com a proposta do parlamentar, incorrerá nesses crimes quem ordenar ou quem praticar violência ou grave ameaça contra agente público, advogado, defensor dativo, jurado, testemunha, colaborador ou perito, com o fim de impedir, embaraçar ou retaliar o andamento de processos ou investigação de crimes praticados por organização criminosa ou a aprovação de qualquer medida contra o crime organizado.
Segundo o projeto, os condenados por essas ações devem iniciar o cumprimento da pena em estabelecimento penal federal de segurança máxima. Quem estiver preso de forma provisória pela suspeita de prática dos atos também será recolhido a um estabelecimento penal federal de segurança máxima.
Além disso, a proposta do senador diz que, diante de uma situação de risco decorrente do exercício da função, autoridades judiciais ou membros do Ministério Público poderão comunicar o fato à Polícia Judiciária, que avaliará a necessidade de proteção pessoal.
Segundo a matéria, quem impedir ou, de qualquer forma, embaraçar a investigação de uma infração penal que envolva uma organização criminosa pode ser condenado a uma pena de três a oito anos de prisão.
De Brasília