De Brasília
Com cortes no orçamento da União já anunciados pelo governo federal, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) busca alternativas de recursos para Mato Grosso do Sul. Na segunda-feira (17), o coordenador da bancada federal buscou informações sobre o Consórcio Brasil Central que possibilita investimentos para os sete Estados, incluindo o Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins.
Após receber explicações do secretário-executivo do consórcio e do vice-governador do DF, Paco Britto, sobre o acordo de cooperação com o Banco de Brasília para liberação de uma linha de crédito de R$ 1 bilhão com juros reduzidos aos Estados participantes, o senador Nelsinho Trad aceitou o convite para integrar à Frente Parlamentar de Apoio ao Consórcio Brasil Central.
“Apresentando projetos relevantes com aprovação do conselho, pode-se captar recursos para fazer esses investimentos. Logo, pensei no Terminal Intermodal de Cargas de Campo Grande e na conclusão dos acessos para rota bioceânica, da ponte que liga Porto Murtinho a Carmelo Peralta, caso os recursos do orçamento sejam reduzidos”, comentou o senador.
O próximo passo é reunir a bancada federal de Mato Grosso do Sul, para apresentar a linha de crédito aos prefeitos que deverão elaborar projetos. “Lá no meu estado, tem sete consórcios municipais. Se atendermos a eles com metade das emendas de bancada, estamos atendendo, na prática, 90% das cidades de Mato Grosso do Sul. E já definimos entre nós (bancada) que vamos priorizar os consórcios no próximo orçamento”, esclareceu.
De acordo com os cadastros, só dois municípios de MS (Amambai e Ponta Porã) estão incluídos no Consórcio Brasil Central. “Tem que mostrar aos deputados, aos senadores que tem isso. Ninguém sabe. Nós acabamos de colocar R$ 190 milhões para o Tocantins. Estamos precisando aqui é de projeto. Tendo, o BRB está dentro”, explicou o secretário executivo do consórcio.
Rota Bioceânica
O senador também destacou sobre a Rota Bioceânica, que vai ligar o Oceano Atlântico aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina. O projeto deve encurtar a distância e o tempo para as exportações e importações brasileiras. “Desse porto do Chile ao continente asiático você economiza 8 mil quilômetros pelo oceano, 14 dias de viagem. Barateia o frete em 40%”, explicou Nelsinho Trad.
Em fase de implantação, a Rota Bioceânica contará com uma ponte entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, construída com recursos da Itaipu ao custo de US$ 75 milhões que poderá necessitar de mais recursos. O secretário de Projetos Especiais do GDF, Roberto Andrade, que também participou da reunião, se colocou à disposição para a obtenção de mais financiamento para a obra.
Além do desenvolvimento econômico dos estados, o secretário-executivo do BrC chamou a atenção à atuação do consórcio no enfrentamento à pandemia. Paco Britto citou a compra compartilhada de medicamentos de alto custo e de equipamentos de proteção individual (EPIs) no ano passado.
Foram adquiridos, de forma compartilhada, 63 itens no valor de R$ 130 milhões. Uma economia média de 30%. “Teve medicamento que foi comprado 83% mais barato, ” comentou o secretário-executivo e vice-governador do DF.
Frente Parlamentar
Criado em 2015, o consórcio é a primeira autarquia formada por estados para estimular o progresso individual e regional das unidades da Federação participantes. A bancada do BrC reúne, atualmente, 21 senadores e 75 deputados federais. O objetivo é manter uma atuação no Congresso Nacional na defesa dos interesses das sete unidades da Federação consorciadas. Ao dizer que pretende integrar o grupo, o senador reforçou: “A união otimiza os resultados”.