A CPI da Covid deve ter uma sexta-feira (18) movimentada. Os integrantes da comissão se reúnem a partir das 9h para analisar 40 requerimentos e, também para ouvir médicos defensores do uso de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra a doença.
Além disso, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) — vídeo abaixo — convocou uma coletiva de imprensa para anunciar os nomes de testemunhas que passarão à condição de investigadas pela CPI. A lista deve ter 12 nomes.
Entre os pedidos que poderão ser votados nesta sexta-feira, estão os de convocações do governador Claudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e de Alexandre Chieppe, secretário estadual de Saúde do Rio.
Também está na pauta de votações da CPI a proposta de realização de uma “diligência” para ouvir, na condição de testemunha e em sessão secreta, o ex-governador do Rio Wilson Witzel.
Witzel compareceu à CPI na última quarta-feira (16) — vídeo abaixo — protegido por um habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do STF. Ele foi atacado e bateu boca com o senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e pediu para encerrar a participação mais cedo.
O ex-governador declarou, contudo, que tem informações “graves” a revelar e se comprometeu a voltar à CPI em uma reunião secreta, a portas fechadas.
A CPI também pode votar quebras de sigilo de organizações sociais que atuam na área da saúde do Rio de Janeiro e também pedido de informações de hospitais federais do estado, além de pedidos de informação de vários órgãos do Executivo federal.
Para o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a participação de Witzel abriu um novo caminho de investigação, para apurar possível atuação de organizações criminosas em hospitais federais do Rio de Janeiro.
Cloroquina
Na segunda parte da reunião da CPI, será realizada uma audiência pública com os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Cardoso Alves.
Os dois assinaram relatório que embasou uma nota técnica do Ministério Público Federal de Goiás com recomendações de uso de cloroquina em pacientes, mesmo após a divulgação de estudos científicos apontarem ineficácia da droga contra a Covid-19.