De Brasília
O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou sua participação em audiência pública nesta segunda-feira (29), às 16h, na comissão temporária criada para acompanhar as ações contra a covid-19.
O senadores da comissão debaterão com o ministro o Plano Nacional de Imunização e o cumprimento dos prazos já estabelecidos, entre outras medidas de combate à pandemia.
Pela manhã, às 9h, a Comissão da Covid-19 promoverá outra audiência pública, que debaterá o andamento dos processos de autorização emergencial e definitiva de vacinas contra a doença. O colegiado também vai discutir a produção de vacinas no Brasil.
Para a audiência da manhã, foram convidados representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI); da Diretoria do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde; e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sidan).
Produção de vacinas
Na quinta-feira (25), o relator da comissão, senador Wellington Fagundes (PL-MT), se reuniu com com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para discutir estratégias de ampliar a produção brasileira de vacinas para até 400 milhões de doses. Segundo o senador, o objetivo é encurtar o calendário de imunização da população com a inclusão de três novos superlaboratórios, que hoje produzem vacinas para animais.
— Com a transferência da tecnologia, temos grandes indústrias com condições de produzir vacinas com toda a biossegurança e com tecnologia de ponta. O que precisa agora é um entendimento entre Brasil e seus organismos e também com os acordos internacionais que já foram feitos.
Durante reunião do colegiado na segunda-feira (22), o senador Otto Alencar (PSD-BA) destacou que o Brasil produz 30 tipos de vacina para os bovinos e só dois tipos de vacina para os humanos.
De acordo com Wellington, o segmento reúne 28 laboratórios de produção de produtos animais, sendo três deles classificados na categoria NB3+, o mais elevado nível de biossegurança, exigido para produção de vacinas.
— Se nós conseguirmos todas as licenças, é possível que em 90 dias após a aprovação nós tenhamos o volume de vacinas para atender toda a população brasileira — afirmou o senador.
O presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária e ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Josélio Moura, também participou da reunião com a ministra. Para ele, o Brasil precisa fazer um esforço de guerra neste momento.
— Precisamos dar respostas imediatas. O ministério da Agricultura, juntamente com o Ministério da Saúde, pode encontrar a viabilidade dessa produção em grande escala e curto espaço de tempo. As indústrias brasileiras já têm um parque tecnológico apropriado. O que precisa? A célula-mãe, unicamente, porque isso é um know-how que vem de indústrias que já estão desenvolvendo há algum tempo. Com Agência Senado.