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Ao menos 12 pessoas morreram, incluindo um policial, e cerca de 1.000 manifestantes foram presos no Irã durante os protestos contra o aumento do preço do combustível no país anunciado na sexta-feira 15. Nesta segunda-feira, 18, a Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC) declarou que pode tomar uma ação “decisiva” contra as manifestações.
Os protestos tiveram inicio no dia do anuncio do plano econômico que busca alavancar receitas devido as sanções americanas que foram impostas em março de 2018, após a saída unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear iraniano. O governo anunciou um aumento de pelo menos 50% do preço do combustível.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a população iraniana convive com o aumento de 40% na inflação do país desde que a campanha de “pressão máxima” dos Estados Unidos entrou em vigor após o abandono do acordo.
Os manifestantes atearam fogo e depredaram postos de gasolinas e prédios públicos, como bancos, além de bloquear rodovias que dão acesso aos campos de petróleo. Segundo a agência de notícias Fars, que é ligada à Guarda Revolucionária, cerca de 87.000 pessoas participaram dos protestos. O número, contudo, pode ser bem maior.
A ameaça da Guarda Revolucionária segue o comunicado do presidente do país, Hassan Rohani, dizendo que o Estado não deve “permitir a insegurança” nas ruas. “Manifestar seu descontentamento é um direito. Mas a manifestação é uma coisa, e o distúrbio é outra”, completou.
Para tentar diminuir o poder das manifestações, o governo iraniano restringiu o uso da internet no país durante o fim de semana. Segundo a organização Netblocks, que mapeia o uso da internet pelo mundo, a rede no Irã continua em completo blecaute nesta segunda-feira.
A nova política para a gasolina foi decidida à meia-noite de sexta-feira pelo Alto Conselho de Coordenação Econômica que é formado por Rohani, pelo presidente do Parlamento e pelo diretor da Autoridade Judicial. O plano recebeu apoio do líder de fato do país, o aiatolá Ali Khamenei.
Em um pronunciamento na televisão, Khamenei disse que apesar de não ser especialista no assunto e assumir que há opiniões diferentes quanto ao aumento dos preços, os líderes do conselho receberiam seu apoio.
“Ontem à noite e na anterior aconteceram problemas em várias cidades do país, alguns perderam a vida e as infraestruturas foram danificadas. Algumas pessoas estão contrariadas por esta decisão, mas danificar e atear fogo não é algo de uma pessoa normal”, declarou Khamenei.