Com investidor inédito que chega ao Brasil, empresa de educação conta com nomes conhecidos do setor para preparar jovens talentos para mundo corporativo
A startup de educação Galena, de preparação de estudantes de escola pública para trabalhar em grandes empresas, anuncia nesta quarta-feira, 13, que levantou uma rodada de US$ 16,3 milhões, do tipo série A. Esse é o primeiro grande aporte formal recebido pela empresa, que espera expandir seu serviço pelo Brasil.
O cheque contou com a estreia do fundo americano Altos Ventures no Brasil, gestora localizada no Vale do Silício e responsável por já ter investido no Roblox, empresa americana dona do game infantil de mesmo nome. O movimento reforça a chegada de novos investidores ao País, que vem registrando recordes de aportes estrangeiros em startups brasileiras.
Também participaram da atual rodada Exor N.V. (acionista da Ferrari, Juventus e The Economist), Owl Ventures, Reaction e Globo Ventures. Como pessoa física, participaram David Velez (fundador e atual presidente global do Nubank), Kevin Efrusy (investidor de QuintoAndar, Olist e Nuvemshop), Dan Rosensweig, o economista Armínio Fraga (ex-Banco Central) e Romero Rodrigues (cofundador do Buscapé).
A startup, fundada ao final de 2020, já havia levantado em março de 2021 outros US$ 7,3 milhões em rodada do tipo semente, quando os cheques vêm com intuito de testar o modelo de negócio.
A fórmula parece ter dado certo: há duas semanas, a Galena viu começar sua terceira turma de estudantes, todos de escola pública e recém-saídos do Ensino Médio, público-alvo do treinamento. Ao todo, já são 408 alunos em curso pelo Brasil, e há o objetivo de formar 50 mil em cinco anos.
Para começar o curso, os alunos recebem um notebook e conexão de internet. Em seguida, ao longo de quatro meses com oito horas diárias em videoconferência, eles aprendem a trabalhar habilidades socioemocionais (“soft skills”), a lidar com ferramentas corporativas (como planilhas e agenda compartilhada, por exemplo) e até a dominar jargões do mundo dos negócios. As tarefas são em grupos e em tempo real, sem videoaulas gravadas.
Terminado o programa, os estudantes começam a pleitear vagas juniores em grandes empresas, como nas áreas de vendas e sucesso dos clientes. Atualmente, o portfólio de parceiras da Galena é bastante variado, indo de startups (Nubank, iFood, Stone, QuintoAndar e Cora) a nomes tradicionais (Unilever, Itaú e Dell).
Realizada a contratação em regime CLT e com salário superior a R$ 2 mil mensais, os ex-alunos da Galena devem iniciar o pagamento do curso que fizeram, podendo pagar à vista (R$ 3,5 mil) ou em até 24 parcelas que totalizam R$ 7,5 mil. O modelo é similar ao que faz a Provi, que financia cursos da área de tecnologia (como programação) a estudantes que, após contratados, iniciam o pagamento das parcelas.
Por Guilherme Guerra