Depois de quase três décadas, Chico e Gal voltam a dividir o palco
Tradicional espetáculo que reúne alguns dos maiores nomes da MPB, o Show de Verão da Mangueira contará este ano com um dueto que não divide o palco há quase três décadas. Gal Costa e Chico Buarque se apresentarão juntos no Vivo Rio nesta quarta e quinta-feira. O show terá ainda apresentações de Alcione, Leci Brandão, Pretinho da Serrinha, Teresa Cristina e Xande de Pilares, além de participações da Velha Guarda e da bateria da famosa escola de samba.
O Show de Verão da Mangueira surgiu em 1998 e é muito mais do que uma prévia do carnaval. Interrompido por causa da pandemia, ele retorna nesta semana para sua 18ª edição. “É um espetáculo de música popular brasileira, sempre usando o enredo da escola do ano como norte”, explica Tulio Feliciano, diretor geral do espetáculo. “Como roteirista eu tento transformar o enredo da escola e recontar através de músicas do nosso cancioneiro.”
O repertório de cada artista considera o samba-enredo da escola para o carnaval. “Este ano o enredo trata de Cartola, Jamelão e Delegado, então eu procurei músicas desses compositores e cantores e algumas outras que se referiam também ao mestre-sala Delegado. Cada intérprete vai visitar o repertório do Cartola e do Jamelão e também algo desse universo”, diz Feliciano.
Diretamente ligada à imagem da Mangueira, a apresentação tem como atração extra o fato de reunir num mesmo palco alguns dos mais importantes nomes da nossa música. “Por esse espetáculo passaram todos os grandes nomes da música popular, como Milton Nascimento, Djavan, Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Fafá de Belém, sem contar com a presença sempre constante do Chico Buarque, da Alcione, da Leci”, recorda o diretor geral.
Agora, será a vez também de Gal Costa, que não dividia o palco com Chico Buarque desde 1994. “A Bethânia fez vários anos, mas a Gal não tinha feito ainda. Pensamos então nesse reencontro de quase 30 anos. Ela tem no repertório muitas músicas do Cartola e muitas interpretadas pelo Jamelão, especialmente os clássicos do Lupicínio, que fizeram sucesso com o Jamelão e que a Gal também interpretou.”
O público que for ao Vivo Rio, localizado no centro da cidade, deverá apreciar o espetáculo de diferentes formas. “Ele aprecia o roteiro, uma sequência que narra uma história. Em alguns momentos, dependendo da música, o público canta muito junto, saboreando o repertório. E normalmente no final, ao chegar a bateria, tem a sequência de sambas de enredo em que as pessoas levantam, cantam e dançam juntas”, diz Feliciano.
Por Marcio Dolzan