Elizabeth Holmes pretendia criar máquina que realiza exames com apenas uma gota de sangue
Elizabeth Holmes parecia ter tudo: com menos de 20 anos fundou a Theranos prometendo exames laboratoriais múltiplos com poucas gotas de sangue. Ela era uma das poucas mulheres no Vale do Silício. Em pouco tempo, ganhou o apoio e/ou o dinheiro de personalidades importantes como Henry Kissinger, George Shultz, Jim Mattis e Betsy DeVos – todos ocupantes ou futuros ocupantes de cargos no gabinete presidencial americano. Só que a promessa nunca se cumpriu.
Como essa jovem de voz grave e sempre metida em golas rulê como Steve Jobs conseguiu enganar tantas pessoas por tanto tempo? É isso o que a série The Dropout, escrita por Elizabeth Meriwether (New Girl) e no ar no Star+, explora.
No papel principal, Amanda Seyfried faz um bom trabalho em replicar a voz grave, aparentemente construída, e o jeito da personagem. Mas ela nunca quis encontrar Holmes. “Ela acreditava em si mesma. Nossos cérebros são milagrosos, podemos esquecer coisas, enterrar outras, criar. Foi incrível como ela criou a história da Theranos. Ela conseguiria me vender areia. Foi uma das razões pelas quais eu não quis encontrá-la. É uma atriz incrível. E poderia ter feito muitas coisas boas.”
Meriwether não tem como saber o que se passava na cabeça de Holmes quando continuou insistindo e pegando dinheiro mesmo sabendo que seu sistema não funcionava. “Eu peguei as informações que tinha e as dramatizei.”
A coisa mais estranha para todos os envolvidos em The Dropout foi gravar a série enquanto o julgamento de Holmes por fraude estava acontecendo. “O timing foi maluco”, lembrou Seyfried. “Não dava para esquecer que as coisas que dizíamos no set realmente foram ditas, e as coisas que foram feitas realmente foram feitas.”
Por Mariane Morisawa