Por Súzan Benites
A colheita da soja safra 2019/2020 em Mato Grosso do Sul atingiu 98,9% e está praticamente concluída. A estimativa inicial é que seriam colhidos 9,9 milhões de toneladas da oleaginosa. O aumento da área e da produtividade elevaram o volume colhido para 11,328 milhões/ton. A produtividade média ficou acima de 55 sacas por hectare, com projeção inicial de 52 sc/há.
Os dados estão no Boletim Casa Rural elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) divulgado nesta terça-feira (31). O projeto Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga) é quem monitora as lavouras do Estado.
De acordo com o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse que os resultados foram alcançados sem prejudicar a vegetação nativa. “Esse aumento de área se deu ocupando espaços que eram de pastagens. Mostra o potencial que Mato Grosso do Sul tem, ainda, sem pressionar os estoques de vegetação nativa. Isso foi possível, também, em função do uso de tecnologias e pesquisas feitas pelas fundações, adaptando novas variedades para o solos menos aptos à Agricultura. Temos muito a comemorar”, explicou Verruck.
Além de superar a estimativa de produtividade, a área plantada superou a previsão inicial que era de 3.163 milhões de hectares, em torno de 6% acima do verificado na safra passada. Na reta final da colheita foram computados 3.389 hectares de soja na safra 2019/2020, recorde também de área, resultando em aumento de 13,76% em relação a safra passada (2.979.345 mi/há). “A gente encara 6% como aumento natural da área de soja no Estado. E só consegue consolidar esses dados após o download das imagens de uso e ocupação do solo com a auditoria das oito equipes de técnicos que vão a campo verificar efetivamente que cultura ocupa aquela área”, explica o presidente da Associação dos produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja), André Dobashi.
O resultado foi o volume total de 11,328 milhões de toneladas de grãos, aumento de 28,73% em relação ao que foi colhido na safra 2018/2019 (8,8 milhões de toneladas). Bons números têm custo, salienta Jaime Verruck. Além do apoio às instituições de pesquisa que possibilitam o desenvolvimento de tecnologias e melhoramentos genéticos para adaptação de variedades mais produtivas, o volume maior da safra requer aumento da capacidade de armazenamento e investimentos na logística para escoar essa produção.
“Temos mais de R$ 200 milhões do Fundo Constitucional do Centro-Oeste para armazenagem e tem ampliada também a demanda por infraestrutura, estradas e pontes, que o governo do Estado tem atendido e continuará atendendo através do Fundersul”, ressaltou o secretário Jaime Verruck.