Em 2015, aumento chegou a 30,73% após uma série de acordos com distribuidoras e renovações antecipadas de concessões; agora, a projeção da Aneel considera as perdas causadas ao setor pela crise hídrica
A confirmação de que a conta de luz pode ter um aumento médio de 21% em 2022, conforme cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), levaria o consumidor brasileiro a reviver o pesadelo de 2015, quando o setor elétrico impôs seu “realismo tarifário” para acertar contas que tinham ficado em aberto nos anos anteriores junto às distribuidoras de energia.
Em 2015, segundo dados da Aneel, o reajuste médio das tarifas cobradas do consumidor residencial chegou a alarmantes 30,73%, após ser firmada uma série de acordos com as distribuidoras e renovações antecipadas de concessões de transmissão e geração de energia, drama que foi aprofundado pela escassez hídrica dos anos anteriores.
Em 2015, segundo dados da Aneel, o reajuste médio das tarifas cobradas do consumidor residencial chegou a alarmantes 30,73%, após ser firmada uma série de acordos com as distribuidoras e renovações antecipadas de concessões de transmissão e geração de energia, drama que foi aprofundado pela escassez hídrica dos anos anteriores.
Passado o pesadelo do tarifaço, o setor procurou formas de voltar à normalidade. Em 2016, a conta de luz do consumidor residencial chegou a ter queda de 1,49%. O reajuste saltou para 4,83% em 2017, e, no ano seguinte, chegou a 14,99%. Em 2019, houve nova redução e o índice médio ficou em 1,67% de aumento, saltando para 3,25% no ano passado.
Diferentemente do que ocorreu há sete anos, os problemas atuais que encarecem o custo da energia não estão ligados a renovações antecipadas de concessões de energia, mas sim concentrados na crise hídrica, que obrigou o setor elétrico a buscar fontes térmicas de energia para garantir o abastecimento, enquanto preserva, minimamente, os níveis dos reservatórios das principais hidrelétricas do País.
Há meses, todas as plantas térmicas movidas a diesel, gás, biomassa e carvão do País operam a plena carga. O combustível usado por essas usinas, no entanto, tem preço alto. Se a situação é de emergência, esse custo aumenta mais ainda.
A preocupação, no momento, não diz respeito apenas à geração de energia neste ano, mas em como o parque elétrico brasileiro estará em maio do ano que vem, quando começará o novo ciclo de seca. Se os reservatórios não tiverem seus níveis médios recuperados nos próximos meses, os riscos de falta de energia se projetam – e talvez com maior intensidade – para 2022, ano de eleição em todo o País.
Por André Borges