Governador do Paraná, que pretende concorrer à reeleição, busca manter partido do presidente e de ex-juiz em aliança
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que deve concorrer à reeleição em outubro, pode ver sua base de apoio rachar por interesses dos partidos aliados no plano nacional. Atualmente, o governo conta com uma aliança que reúne, além do PSD, MDB, PSB, Progressistas, PL e Podemos. Nesse cenário, Ratinho Jr. busca conciliar o apoio do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e do Podemos, legenda do ex-juiz Sérgio Moro. Os dois são pré-candidatos na disputa ao Palácio do Planalto.
Ao longo de seu mandato, Ratinho Jr. tem mantido boas relações com o governo federal e indicado possível apoio à reeleição de Bolsonaro. No entanto, além do Podemos de Moro, o PSD também tem um projeto nacional – o partido considera lançar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), na corrida presidencial.
Para o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), o desafio do governador será saber lidar com os partidos da base para evitar embates internos. “Isso tem que ser administrado com habilidade pelo governador, mas não vejo como um problema. Cada um terá liberdade para fazer a campanha de seu candidato à Presidência e, certamente, os partidos se respeitarão”, afirmou.
O deputado Giacobo, presidente do PL no Paraná, no entanto, disse ver “problemas”. “Se o governador do Paraná optar por uma aliança com o Podemos, eu vejo problemas. De maneira alguma o Bolsonaro vai dividir palanque com o Sérgio Moro”, declarou Giacobo.
O dilema de Ratinho Jr. não se resume à disputa presidencial; sua aliança também precisará escolher um candidato para o Senado. Alvaro Dias afirmou que só vai apoiar o governador se o grupo lançá-lo à reeleição. “Ou a aliança se concretiza com lealdade de ambos os lados – um candidato do PSD ao governo e um candidato do Podemos ao Senado – ou a aliança se desfaz”, disse ele.
O PL de Bolsonaro, porém, tem manifestado a mesma pretensão. Segundo Giacobo, o PL foi o aliado de primeira hora de Ratinho Jr. em 2018. “Temos o presidente da República no Partido Liberal, e ele vai reivindicar um espaço maior. Ao que tudo indica, ele vai exigir a vaga no Senado.”
Além do Podemos e do PL, o PSD também está na briga pelo Senado. O deputado estadual Guto Silva já se apresentou como pré-candidato. “Se houver mais de um candidato ao Senado na coligação, o Podemos terá que lançar seu próprio candidato ao governo”, afirmou Alvaro Dias.
Por Rubens Anater