Ex-governador disse que será pré-candidato pelo PT, mas também disse que negocia com o PSD
Mês passado, pesquisas de intenção de voto apontaram o ex-presidente Lula como o mais destacado pré-candidato à Presidência, em Mato Grosso do Sul.
Já estusiasmados com o retorno do ex-governador Zeca no cenário político, as recentes consultas animaram os petistas ao ponto de eles apressarem os diálogos de olho em eventuais alianças para a disputa pelo governo estadual em 2022, inclusive com o PSD, da família Trad.
Zeca do PT, governador por dois mandatos (1999-2007), disse ter se encontrado no mês passado com Lula e, pela conversa, o ex-presidente já conta como certa a candidatura petista em MS.
“Ele [Lula] disse que o PT deve disputar em quatro estados do país, inclusive citou meu nome como candidato”, narrou o ex-governador.
“O avanço de Lula nas pesquisas alavanca e muito a nossa candidatura”, disse Zeca que pensa em ampliar seu palanque com alianças “robustas”.
Ele revelou que o partido mantém conversas com PDT, PC do B, Rede, Solidariedade, PV e também com os Trad [família que tem mandatos no Senado, Câmara dos Deputados e do prefeito de Campo Grande, que é pré-candidato também ao governo]”.
O deputado estadual Pedro Kemp crê que o retorno de Lula deva, inclusive, dobrar a bancada petista no parlamento estadual e também em Brasília.
“O ano de 2022 será muito importante para voltarmos a construir um Brasil com mais justiça social e democracia. Estamos muito confiantes”, é a aposta de Kemp.
Já o deputado estadual Amarildo Cruz crê na transferência de votos de Lula para os candidatos petistas de MS.
“Os votos pró-Lula influencia em nosso estado e estamos animados com nossas candidaturas”.
“E esse ânimo não se deve só ao favoritismo expresso nas pesquisas, mas, principalmente ao favoritismo que a gente constata no dia a dia com as pessoas”, disse Amarildo, outro petista que acha que o PT deva dobrar a bancada nas eleições de 2022.
SOCIAL
A vereadora do partido, em Campo Grande, Camila Jara, reiterou que
“é importante a gente entender que o crescimento do Lula representa uma mudança de cenário porque representa também que o povo brasileiro e o povo sul-mato-grossense querem uma outra maneira de governar”.
Camila Jara é uma das que pretendem surfar em uma possível onda favorável ao ex-presidente Lula. Será candidata a deputada federal no próximo ano.
Para a vereadora, uma pauta social, mais inclusiva, que abrace as pessoas, que seja movida pelo amor ao próximo ganha destaque.
“Os parlamentares que defenderem esse estilo de governar, um Brasil mais inclusivo, defenderem um Mato Grosso do Sul que também olhe para suas questões regionais, vão conseguir alinhar os votos com toda essa expectativa da população e ter maior sucesso eleitoral, tanto para cargos eletivos quanto majoritário”, afirmou a parlamentar.
FATOR MARQUINHOS
Com ou sem a candidatura de Zeca do PT, o Partido dos Trabalhadores já se aproxima de um dos núcleos da pré-campanha de 2022.
Nesta semana, Camila Jara comemorou a abertura de espaço no orçamento para a criação de um programa de renda mínima em Campo Grande.
O programa, inicialmente criticado em setores da prefeitura mais alinhados com partidos de direita, soou como uma oportunidade de Marquinhos Trad, que é pré-candidato a governador, se aproximar ainda mais das famílias de baixa renda.
E ganhar vantagem neste segmento da sociedade sobre o outro pré-candidato, Eduardo Riedel, que está cada vez mais próximo de um núcleo bolsonarista, que tem entre seus integrantes a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Por Celso Bejarano