Ideia será bancar fundo de erradicação da pobreza
Alvo do presidente Jair Bolsonaro por causa da alta dos combustíveis, a Petrobras terá destaque no plano de governo que o atual chefe do Executivo pretende apresentar na sua campanha.
A equipe que elabora a parte sobre economia do documento antecipou à CNN que a proposta será usar a arrecadação com as privatizações de estatais — incluindo a petrolífera — para custear dois projetos sociais que serão bandeiras de um eventual novo governo: o Fundo de Erradicação da Pobreza e o Fundo de Reconstrução Nacional, cujo objetivo será a retomada de investimento público em obras do país.
À CNN, integrantes da equipe econômica que estão na trabalhando diretamente na elaboração da proposta disseram que, neste momento, o plano está sendo finalizado e a ideia é que, assim que ele seja colocado na rua, Bolsonaro também passe a fazer discursos mais contundentes em relação a gestões dos governos petistas na Petrobras.
Auxiliares do presidente disseram, em caráter reservado, que Bolsonaro passou a ser aconselhado a dizer, com mais frequência, que o seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “roubou e aparelhou a Petrobras”.
Uma das comparações sugeridas é dizer que programas como o Bolsa Família poderiam ter atingido pelo menos cinco vezes mais beneficiários caso o PT não tivesse aparelhado e gerado prejuízos bilionários à estatal.
Bolsonaro passou também a ser orientado a responder de maneira enfática às declarações de Lula de que “a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro”.
Segundo auxiliares, a ideia é que o presidente passe a dizer que só ele será capaz de devolver a Petrobras à população do país porque, com a venda da estatal, fará o maior programa de erradicação da pobreza já executado no Brasil.
Na sexta-feira (18), ao participar do evento de filiação do ex-senador Roberto Requião ao PT, em Curitiba, o ex-presidente Lula descartou a possibilidade de privatização das principais empresas estatais brasileiras, caso volte a ocupar o Palácio do Planalto.
Segundo integrantes do Ministério da Economia disseram à CNN, as antigas resistências de Bolsonaro em relação ao processo de venda da Petrobras estão praticamente dizimadas.
Tanto que nos últimos meses, o ministro Paulo Guedes passou a dizer, com o aval do presidente, que a privatização da Petrobras será uma das prioridades de eventual segundo mandato.
Por Conjuntura Online