Operação HardWood cumpre seis mandados de prisão temporária e vasculha onze endereços em diferentes cidades do Pará e da Paraíba
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 26, a Operação HardWood contra o desmatamento ilegal da Floresta Amazônica no Pará, a comercialização clandestina de madeira extraída irregularmente e a receptação de madeira ilegal. Agentes cumprem seis mandados de prisão temporária e vasculham onze endereços em diferentes cidades do Estado e da Paraíba.
A ofensiva também apura supostos crimes de manipulação de créditos florestais, com a inserção de dados falsos no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (SISFLORA) e emissão de Guias Florestais ideologicamente falsas.
Além disso, a operação também tem o objetivo de elucidar e responsabilizar os autores da agressão cometida contra um fiscal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
As diligências são realizadas nas cidades de Uruará, Senador José Porfírio, Anapu, Santarém e Mojuí dos Campos, no Pará, e São Bento, na Paraíba. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidas pela Justiça Federal em Santarém.
De acordo com a PF, o inquérito que culminou na ofensiva realizada nesta manhã teve início em maio de 2020, com a apreensão de 60 toras de madeiras pelo Ibama. Na ocasião, houve um ataque de supostos madeireiros, que emboscaram equipes do Ibama e da Força Nacional de Segurança em Uruará.
Na ocasião, a rodovia Transamazônica foi bloqueada, um fiscal do Ibama foi ferido com uma garrafa de vidro e veículos apreendidos pelos agentes públicos foram levados pelos criminosos, diz o Ministério Público Federal.
O nome da operação, Hardwood, faz referência às espécies de madeira que são comercializadas pelo grupo criminoso investigado, “em sua grande maioria classificadas como ‘madeira de lei’, traduzidas para o inglês como ‘hardwood’”, diz a PF.
Segundo o Ministério Público Federal, o grupo alvo da operação é investigado por associação criminosa, invasão de terras da União, desmatamento ilegal, desobediência a ordem legal de funcionário público, coação no curso do processo e receptação, transporte, industrialização e comercialização de madeira de origem clandestina. A Procuradoria indica que tais crimes tem penas que, se somadas, podem ultrapassar os 15 anos de prisão e multa.
Por Estadão