Para quem ainda tem dificuldade de entender a aproximação entre Geraldo Alckmin e os petistas, velhos amigos do ex-governador e ex-tucano ouvidos pela Coluna ao longo das últimas semanas fornecem importante chave interpretativa: Alckmin ficou profundamente impactado pela forma como foi envolvido, investigado e tratado pela chamada “Lava Jato eleitoral paulista”. Para além dos cálculos políticos, essa turma acha que os “excessos dos promotores” (expressão usada por vários), aos quais Alckmin foi submetido, reforçaram a simpatia dele principalmente por Fernando Haddad (PT). Fato é que ambos, ex-governador e ex-prefeito, vão derrubando uma a uma as ações do MP-SP.
EPIFANIA. Segundo um desses amigos de Alckmin, a nova “visão crítica” dele sobre o uso político dessas investigações e sobre o “discurso lavajatista da direita” ajudou a alargar os canais de diálogo com o PT.
ESTRAGO. Entre as ações protocoladas pelo MP-SP e posteriormente vencidas pela dupla Alckmin-Haddad, estão algumas que surgiram justamente durante a campanha eleitoral de 2018 (quando ambos eram candidatos a presidente) e tiveram impacto nas campanhas de ambos, que apontaram a inexistência de provas.
SIMPLES ASSIM. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, determinou à sua bancada no Congresso o voto favorável à derrubada do veto ao Fundo Eleitoral, o que dará R$ 5,7 bilhões de dinheiro público para os partidos gastarem com suas campanhas. Quem não seguir a ordem ficará sem recursos.
CONSEQUÊNCIAS. “Podem se manifestar de forma distinta da orientação partidária na votação que ocorrerá amanhã, desde que estejam cientes, igualmente, de que os recursos oriundos do referido fundo serão utilizados pelo partido para apoiar exclusivamente as candidaturas que contribuíram para sua aprovação”, diz Siqueira na carta.
CAUTELA. O PT decidiu oficialmente abrir conversas sobre a formação de uma federação com PSB, PCdoB, PSOL e PV, mas ainda há muito ajuste a ser feito. No PSB, há resistência em se comprometer numa aliança de quatro anos com os petistas. Lideranças de Espírito Santo e Pernambuco, por exemplo, têm pedido mais cautela sobre essa possibilidade.
CAUTELA 2. O PSOL diz que as conversas aprovadas internamente, por enquanto, são só com PCdoB e Rede; qualquer outra possibilidade terá de passar por trâmites internos das instâncias nacionais.
CASAL UNIDO. Ana Maria Diniz se juntará à pré-campanha a presidente de seu marido, Felipe d’Avila (Novo), no próximo domingo, 19, em visita a uma comunidade do Jardim Maria Luiza, na zona sul de São Paulo. O casal conhecerá um projeto social na região.
CLICK. Bruno Bianco Leal, advogado-geral da União
AGU marcou presença na posse do novo ministro do STF André Mendonça, seu antecessor na Advocacia-Geral. “Orgulho para a nossa instituição.”
CIRO GOVERNADOR? Antes mesmo de ter sido alvo de operação da PF, Ciro Gomes (PDT) vinha sendo aconselhado a disputar o governo do Ceará ou até mesmo o de São Paulo.
CORONÉ. Um ano atrás, ao criticar a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia no comando da Câmara, o PP falou em “coronelismo parlamentar”. Agora, documentos revelados pelo Estadão comprovam quem é o “coronel” do orçamento secreto: Arthur Lira.
SINAIS PARTICULARES (por Kleber Sales). Arthur Lira, presidente da Câmara (PP-AL)
VOLTA. Decisão do TSE devolveu os direitos políticos a José Auricchio Junior (PSDB), eleito prefeito de São Caetano do Sul, mas que não pôde assumir por um processo referente à eleição de 2016. Com a decisão, Auricchio vai administrar a cidade, no Grande ABC, pela quarta vez.
TURISTANDO. Em um tour por Brasília, João Doria (PSDB) visitou o Supremo, bancadas, adversário e presidente partidário. No gabinete do senador e também pré-candidato à Presidência da República, Alessandro Vieira (Cidadania-SE), um dos assuntos foi que mais adiante será preciso compor e reduzir o número de candidaturas de centro.
TUDO BEM. Já em um jantar na casa do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), pré-candidato ao governo do Distrito Federal pelo partido, Doria fez política. Ele apoiou o nome do deputado Adolfo Viana (BA) para liderar a bancada tucana na Câmara no próximo ano.
SEM MÁGOAS. Viana fez parte da torcida do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nas tumultuadas prévias do PSDB. O apoio de Doria ao baiano foi entendido como um ato de pacificação da legenda. A coluna apurou que Viana já começou o trabalho de pedir apoio aos colegas para assumir a liderança em 2022 e deve conseguir o posto.
PELOTÃO. A campanha #TemGenteComFome, encabeçada pela Coalizão Negra por Direitos, Oxfam Brasil e Anistia Internacional ganhou adesão de chefs renomados. Figuras como Alex Atala, Paola Carosella, Bela Gil e Helena Rizzo estão em vídeo que será divulgado hoje. A campanha tem feito críticas à liberação de novos agrotóxicos durante o governo Bolsonaro.
PRONTO, FALEI! Marcel van Hattem, deputado federal (Novo-RS)
“A aprovação do projeto que restringe a competição no mercado de empresas de transporte coletivo transforma o Brasil em uma verdadeira república soviética.”
Alberto Bombig, Camila Turtelli e Matheus Lara