Serra do Amolar é um dos exemplos de como o bioma pode se recuperar se as nuvens aliviarem a seca. Entre janeiro e 8 de novembro de 2020, foram 21.713 focos de incêndio. Neste ano, pouco mais de 8 mil.
Devastado pela seca e pelos incêndios, o Pantanal teve no ano passado 21,7 mil focos de incêndio. No mesmo período deste ano (janeiro e 8 de novembro), pouco mais de 8 mil. O fogo deu trégua graças às chuvas que, embora não volumosas para trazer de volta as cheias, já ajudaram a apagar as chamas em outubro de 2021. Mas não só isso, aos poucos ajudaram no começo da recuperação do bioma.
A Serra do Amolar é um dos exemplos de como o Pantanal pode se recuperar se as nuvens aliviarem a seca, como mostrou reportagem do Jornal Nacional.
Evolução das queimadas
O Pantanal sofre há dois anos com a evolução das queimadas. Primeiro o fogo mostrou seu impacto em 2019, quando apenas no período entre janeiro e 8 de novembro foram 9.396 focos. O número representou um aumento de 520% em relação ao ano anterior: 2018 teve apenas 1,5 mil focos no mesmo período.
Mas o ano de 2020, com 21.713 focos, bateu o recorde de toda a série histórica coletada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde o fim da década de 1990. Levantamentos na região apontaram que os incêndios no Pantanal, entre julho e outubro, foram causados pelo homem. Não havia registro de raios que poderiam justificar um fogo natural no bioma, porque não houve chuva entre junho e setembro.
Estudo realizado por 30 pesquisadores de órgãos públicos, de universidades e de organizações não-governamentais estima que, ao menos, 17 milhões de animais vertebrados morreram em consequência direta das queimadas no Pantanal no ano passado. Outra estimativa aponta que 4,65 bilhões de animais foram afetados com as queimadas.
Neste ano, com focos pouco acima de 8 mil registros, a preocupação é com a estação das chuvas, que vai de outubro a março e começou com pouco volume de água.
Apesar do fogo menos intenso, Ilvanio Martins, presidente da Fundação Ecotrópica, que gerencia quatro reservas ambientais no Pantanal, apontou em entrevista à BBC que a fome e a seca estão mais presentes. “Então os animais saíram de uma situação crítica (de fogo) e emendaram na seca mais intensa dos últimos dez anos.” Por isso, os animais estão aprendendo a ‘mendigar comida’ para sobreviver na seca.
Por G1