Em poucos minutos, no que entrou no YouTube, o trailer de “Me Tira da Mira” virou um ímã de cliques, sedimentando uma movimentação do mercado exibidor acerca de sua estreia, no dia 24 de fevereiro. Difícil olhar para as primeiras cenas desse thriller policial brasileiro com toques de humor, sensualidade e adrenalina sem lembrar de Meg Ryan, John Candy e Eugene Levy em “Armados e Perigosos” (1986), um clássico da “Sessão da Tarde”. A diferença, neste “Máquina Mortífera” carioca dirigido por Hsu Chien Hsin é a mirada de empoderamento feminino, que se dá a partir do protagonismo de Cleo (“Benjamin”), aqui reunida com seu irmão, Fiuk, com o pai deles, o ícone da música romântica Fábio Jr. Caça e caçador se espreitam nessa trama filmada pelo realizador sino-brasileiro folclórico no Rio de Janeiro por sua ardorosa cinefilia, onipresente em mostras e pré-estreias em toda a cidade. Um dos mais prolíficos assistentes de direção do país, ele estreou no comando de longas com “Ninguém Entra, Ninguém Sai” (2016) e bombou nas telas este ano com o saboroso “Quem Vai Ficar Com Mário?”, hoje na grade da Amazon Prime. Hsu transportou todo o seu cabedal de espectador em influência para narrar as aventuras da policial civil Roberta, vivida por Cleo em uma narrativa sintonizada com grandes heroínas dos anos 1990, como a Noiva de Kill Bill.
“A gente investiu num look meio vintade, com cara de anos 1980, para se referir àquelas comédias de ação com parcerias entre tiras, mas trazendo um protagonismo feminino, com o apoio do talento da Cleo e uma aposta na atriz Bruna Ciocca, que é um achado nosso”, diz Hsu ao P de Pop.
Em “Me Tira Da Mira”, Roberta (Cleo) é uma funcionária dedicada da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que se infiltra como agente secreta na Clínica Bianchini de Realinhamento Energético. Sua tarefa é investigar a misteriosa morte da atriz Antuérpia Fox (Vera Fischer). Durante a investigação, Roberta precisará lidar com os dramas da atriz Natasha Ferrero (Júlia Rabello), que acabou de ser “cancelada” na internet. Ela ainda reencontra seu grande amor do passado, o policial federal Rodrigo (Sérgio Guizé), que está investigando uma suspeita de tráfico internacional envolvendo a mesma clínica. Para isso, ela vai contar com o apoio de Isabela (Bruna Ciocca), sua terapeuta, com quem, aos poucos, forma uma dupla divertida e implacável. Fábio Jr. vive Jorge, chefe da Polícia Federal. Fiuk vive Lucas, parceiro de Roberta. Cris Vianna, Maria Gladys, Stenio Garcia e Rodrigo Fagundes são alguns dos destaques do elenco.
Em setembro, Hsu dirigiu a mãe de Cleo, Gloria Pires, na comédia “Desapega!”, outra aposta de peso para o circuitão em 2022. “Gloria é uma atriz que cria cenas… que propõe, que me ajuda a encontrar um tipo de humor realista”, diz o cineasta, que destaca a experiência singular de ter dirigido La Pires e Cleo em menos de um ano, em filmes diferentes. “A Cleo dá dá credibilidade à personagem em qualquer cena de ação”.
Por Rodrigo Fonseca