Aliados de Bolsonaro reagem à ações de personalidades e artistas identificados com a esquerda pelo alistamento eleitoral
Os jovens brasileiros de 16 a 17 anos, que têm direito ao voto facultativo, tornaram-se alvo de uma nova disputa entre direita e esquerda nas redes sociais. Com a aproximação do fim do prazo para a emissão de novos títulos eleitorais, influenciadores e políticos bolsonaristas criaram a campanha “Sou Jovem, Sou Bolsonaro”.
Foi uma reação a ações pelo alistamento eleitoral e o voto contra o presidente de personalidades e artistas identificados com a esquerda, como Anitta, Pablo Vittar e Felipe Neto. Os dois lados disputam os cerca de 10 milhões de brasileiros de 16 e 17 anos. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 2022 é um dos anos de menor emissão de títulos das história. A Corte tem feito campanha para conquista do voto adolescente.
Entre 1º de março e 6 de abril, foram identificadas 287,7 mil postagens no Twitter com hashtags convocando a participação de jovens nas próximas eleições. A informação foi apurada pela Diretoria de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP). A campanha encabeçada pelos influenciadores alinhados ao governo e por aliados do presidente Jair Bolsonaro produziu o momento de maior agitação em torno do assunto. Foi em 26 de março, quando o debate contabilizou 167 mil tuítes, com menções pelas hashtags #jovenscombolsonaro e #soujovemsoubolsonaro.
A ação contou com deputados federais, como Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP), a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL-SC) e o vereador por Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos mais influentes nas redes sociais. Em um dos vídeos compartilhados pelo mineiro, influenciadores convocam os jovens para que eles tirem o título de eleitor e criticam a campanha promovida pelo TSE e pela esquerda.
A reação dos bolsonaristas cresceu nas redes. O número de jovens que buscaram os Tribunais Regionais Eleitorais para a emissão do documento subiu. O alistamento na Justiça Eleitoral no mês de março registrou um salto de 45,63%, quando comparado a fevereiro, entre adolescentes de 15 a 17 anos.
Os números foram divulgados pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Edson Fachin.
Entre os jovens com 15 a 17 anos, o número de novos títulos passou de 199.667 em fevereiro para 290.783 em março, crescimento superior a 45%. Em 2012 houve mais de 4 milhões de pedidos de emissão do título entre os 15 e 18 anos. Já em 2022, havia 854 mil até 21 de março. O número era inferior ao registrado em 2020, ano da última eleição, com 1,36 milhão de solicitações.
Vanessa Lima é publicitária, ativista política e a responsável por reunir vídeos de jovens de todo o País que declararam apoio a Bolsonaro e divulgá-los nas redes.
Por Conjuntura Online