Compositor revela que já havia recebido e recusado acenos de imortais para integrar a instituição
O cantor e compositor Gilberto Gil, eleito nesta quinta-feira para a Academia Brasileira de Letras, afirmou ao Estadão sua nomeação como imortal “denota um sentido de ampliação de campo, de escopo, da Academia”, e que com isso a instituição fica “mais pop”.
“Eu nunca pleiteei com muita voracidade, com desejo profundo, foi uma coisa que foi aparecendo aos poucos”, afirma Gil sobre a ideia de fazer parte da ABL. “Alguns anos atrás, tive acenos de membros da Academia e eu sempre descartava. Nunca tive ansiedade com relação a isso. Assumi recentemente esse pequeno desejo.”
O cantor passa a integrar a ABL, ocupando a cadeira 20, antes pertencente ao advogado, escritor e jornalista Murilo Melo Filho. Sua nomeação ocorre poucos dias após a eleição da atriz Fernanda Montenegro para a instituição, outra personalidade que também não trilhou sua trajetória por meio da escrita propriamente dita.
“A Academia que esperam que contemplem escritores, gente que lida com a escritura, contempla, no meu caso, como foi com Fernanda Montenegro, outro campo da vida cultural”, afirma o músico. “Isso denota um sentido de ampliação de campo, de escopo da Academia. Ela deixa de ser exclusivamente entidade de escritores e amplia o campo mais vasto. Acho que minha chegada significa um pouco isso. Como disse a Fernanda, fica mais pop.”
Por Julio Maria e André Cáceres