O novo recurso é uma resposta ao aumento de denúncias sobre comportamentos abusivos em plataformas de realidade virtual
O Facebook anunciou nesta sexta-feira, 4, uma nova ferramenta para os usuários manterem limites de espaço pessoal no metaverso. Segundo a empresa, a iniciativa tem como objetivo evitar casos de assédio sexual e outras violações de segurança no universo digital.
O recurso vai estabelecer a distância de 1,2 metro entre um avatar e outro no Horizon Worlds e no Horizon Venues, plataformas de realidade virtual do Facebook que ainda estão em fase de testes. O Horizon Worlds, primeira iniciativa da empresa no metaverso, lembra um universo de videogame. Até 20 avatares podem se reunir ao mesmo tempo para explorar, sair e construir coisas no espaço digital – lá, você facilmente interage com estranhos. Para acessar a plataforma, é preciso usar os óculos de realidade virtual Quest 1 e Quest 2, desenvolvidos pela companhia de Mark Zuckerberg. O Horizon Venues segue ideia semelhante, mas é focado em eventos virtuais.
Em publicação no blog da empresa, Vivek Sharma, vice-presidente de Horizon do Facebook, afirmou que os novos limites pessoais ajudariam a estabelecer “normas comportamentais”. “É um passo importante, e ainda há muito trabalho a ser feito. Continuaremos testando e explorando novas maneiras de ajudar as pessoas a se sentirem confortáveis na realidade virtual”, disse Sharma. Segundo ele, a companhia vai considerar a possibilidade de adicionar novos controles no futuro, como permitir que as pessoas alterem o tamanho de seus limites pessoais.
A nova ferramenta é uma resposta ao aumento de denúncias sobre comportamentos abusivos em plataformas de realidade virtual.
Em novembro do ano passado, uma mulher que testava o Horizon Worlds relatou ter sido “apalpada” por um estranho na plataforma. A usuária que sofreu o assédio postou seu relato em um grupo do Facebook destinado aos testes do Horizon Worlds. “Assédio sexual não é brincadeira na internet normal, mas estar em realidade virtual adiciona outra camada que torna o evento mais intenso”, escreveu ela na publicação. “Não só fui assediada ontem à noite, mas havia outras pessoas lá que apoiaram esse comportamento, o que me fez sentir isolada”.
O Facebook está há anos na mira de legisladores e reguladores globais devido aos conteúdos problemáticos que circulam em suas redes, como Facebook e Instagram. Em outubro, a empresa mudou seu nome para Meta de olho no metaverso, uma ideia futurista de uma rede de ambientes virtuais acessados por meio de diferentes dispositivos onde os usuários poderiam trabalhar, socializar e jogar.
Por Agências