Derrotado nas prévias, governador diz que não pretende sair do partido, mas que legenda precisa de disposição para discutir com outras forças políticas
Derrotado nas prévias que escolheram o pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, diz que é necessário aguardar o direcionamento que o vencedor do processo, João Doria, dará ao partido e reforça que cabe ao governador de São Paulo fazer um gesto para os outros postulantes do centro. “É preciso entender os rumos do PSDB com Doria”, disse. “Espero que o partido não se afaste mais da sua origem”, ressaltou.
Existe alguma possibilidade de o senhor sair do PSDB?
Não considero sair do PSDB. Espero que o PSDB não saia do PSDB, que não perca sua conexão nem se afaste ainda mais da origem.
O que seria perder a conexão com a sua origem?
A gente viu o discurso feito no domingo das prévias frustradas, de expurgo, depuração do PSDB. Precisa-se esclarecer o que realmente desejava falar o governador (João Doria), agora nosso candidato a presidente (ao defender um “processo de depuração” na sigla). Muito diálogo deve se estabelecer, para entender que rumos ele pretende colocar como candidato. O candidato a presidente acaba tendo força de empurrar o partido numa direção específica.
Na entrevista exclusiva para assinantes do GLOBO. Eduardo Leite fala também sobre a troca de acusações durante as prévias, a possibilidade de união do PSDB com o ex-ministro Sergio Moro e do ex-governador Geraldo Alckmin formar chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bianca Gomes e Sérgio Roxo