Ginásios, aos poucos, foram ficando lotados para os jogos no torneio masculino e feminino. Torcedores dão outra dinâmica às partidas: ‘o período de arquibancadas vazias foi complicado, mas eles voltaram. Um ponto para ressaltar é o respeito da torcida, que vibra, canta e grita, mas não tira a máscara, diz Camila Brait, do Osasco
A temporada de 2021/2022 do vôlei nacional marcou um reencontro. Após uma edição da competição nacional paralisada nos playoffs e outra sem a presença de público por causa da covid-19, as partidas tiveram a volta da torcida nos ginásios, mesmo com limitação, e isso tem feito a diferença. A liberação da presença de público nas partidas da Superliga, masculina e feminina, desta temporada depende da situação de cada Estado e cidade das equipes. Por causa disso, em grande parte da competição, as equipes puderam contar com a torcida ocupando parte dos ginásios pelo Brasil.
Maiores campeões da Superliga feminina, Sesc Flamengo e Osasco, com dez e cinco títulos respectivamente, também vêm se acostumando a ter mais uma vez a presença de seu torcedor em quadra. Isso dá outro ânimo e muito mais emoção.
Para os jogos da temporada, o Osasco enfrentou diferentes cenários em relação ao público no ginásio José Liberatti. No início, a equipe podia ter apenas 30% da capacidade, depois passou a ter 50% e no fim de fevereiro teve seu primeiro jogo com 100% dos ingressos liberados. Desta forma, a média de público durante a competição também cresceu e, atualmente, o Osasco tem cerca de 2.500 pessoas no ginásio em seus jogos como mandante. No caso da equipe paulista, os ingressos são disponibilizados de forma gratuita através do site da Sympla, priorizando os sócio-torcedores da equipe.
“Jogar com a torcida no Liberatti faz toda a diferença. Ela nos incentiva do primeiro ao último ponto e é, de verdade, o nosso sétimo jogador. Os torcedores não entram em quadra, mas já foram responsáveis por muitas vitórias. O período de arquibancadas vazias foi complicado, mas, felizmente eles voltaram e espero que todos sigam se protegendo e tomando vacina para que o ginásio continue cheio. Aliás, um ponto para ressaltar é o respeito da nossa torcida, que vibra, canta e grita nas partidas, mas não tira a máscara. Um belo exemplo”, comentou Camila Brait, líbero e capitã do Osasco na temporada.
Já para o Sesc Flamengo o retorno da torcida é um pouco diferente. Além dos ingressos da equipe carioca serem cobrados, a preço de R$ 25, a equipe também sofreu com a limitação de público por causa da pandemia. Desta forma, a média de público da equipe, após dez jogos como mandante, é de 561 torcedores e vem crescendo a cada partida na Superliga feminina da atual temporada.
VOLTA MAIS LENTA
O Praia Clube, de Uberlândia, que é o líder entre as mulheres, vem jogando durante toda a temporada nacional com apenas 50% da capacidade de seu ginásio liberado, por causa das restrições de saúde do governo. “A torcida abraçou o projeto há muitos anos. Uberlândia não é uma cidade com times fortes em várias modalidades e com isso as pessoas abraçaram a equipe e estão sempre no ginásio. O vôlei é uma paixão do País e aqui não é diferente. A presença da torcida tão próxima ajuda muito”, comentou o técnico Paulo Coco.
Liderando a Superliga masculina e em segunda na feminina, o Minas Tênis Clube teve um pouco mais de dificuldade para ter seu público presente nos jogos na Arena Minas, em Belo Horizonte. Por causa das restrições de saúde da cidade mineira, os dois times começaram a competição nacional sem poder contar com a torcida em suas partidas.
Assim como aconteceu em todos os ginásios do Estado e na maioria do Brasil, quando o público recebeu a autorização para ir aos jogos do Minas em Belo Horizonte, a capacidade liberada foi variando conforme a pandemia caminhava e não passou de 50%. Desta forma, as partidas vem tendo uma média de 440 pessoas por partida, segundo o clube. Para as partidas da equipe na capital mineira, os ingressos são cobrados com preço médio de R$ 20.
Por Paulo Chacon