Cofundador brasileiro da rede social perdeu US$ 4,3 bilhões em um único dia
Além de provocar uma perda de US$ 252 bilhões no valor de mercado do Facebook, os últimos resultados financeiros da empresa impactaram grandes fortunas de bilionários. Eduardo Saverin, brasileiro cofundador do Facebook, perdeu US$ 4,3 bilhões nesta quinta-feira, 3, o que fez seu patrimônio despencar para US$ 13,3 bilhões, de acordo com ranking da revista Forbes. Com isso, Saverin perdeu o posto de brasileiro mais rico, ocupado agora por Jorge Paulo Lemann, com US$ 16 bilhões.
O tombo do Facebook é resultado do balanço financeiro apresentado pela empresa na noite da última quarta-feira, 2. Depois de crescer ininterruptamente pelos últimos 18 anos, chegando a quase todos os cantos do mundo, a empresa de Mark Zuckerberg deu sinais de estagnação pela primeira vez no último trimestre de 2021. Segundo o documento, o Facebook perdeu cerca de 500 mil usuários diários globalmente nos últimos três meses do ano passado – o número passou de 1,93 bilhão para 1,92 bilhão. Nesta quinta, a companhia fechou o dia com queda de 26% em suas ações.
Saverin foi colega do presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, na Universidade Harvard. Eles fundaram a rede social em 2004, quando ainda estavam na faculdade, com outros três colegas. Depois de um acordo milionário com Mark Zuckerberg, o brasileiro entrou no mercado de investimentos. A maior parte da fortuna de Saverin, porém, é proveniente de sua participação na rede social.
Além de Saverin, os outros fundadores do Facebook sentiram o impacto dos resultados em suas fortunas. Mark Zuckerberg perdeu US$ 29 bilhões nesta quinta-feira, o que levou seu patrimônio para US$ 85 bilhões. Já a fortuna de Dustin Moskovitz encolheu US$ 3,9 bilhões, caindo para US$ 14,5 bilhões.
Tempos difíceis
O declínio do Facebook parece ser consequência da perda de relevância do Facebook entre jovens. É um problema reconhecido pelo fundador e presidente executivo da empresa, Mark Zuckerberg. “O TikTok já é um concorrente grande e também continua a crescer em um ritmo bastante rápido”, disse o executivo nesta quarta-feira, em conferência com investidores.
Apesar da queda em usuários diários, o Facebook cresceu sua base de usuários mensais ativos nas plataformas do grupo (MAUs, na sigla em inglês), registrando 2,91 bilhões, alta de 4% na comparação com o mesmo período de 2020 – mas não o suficiente para agradar o mercado financeiro, que esperava o número de 2,95 bilhões.
Nem mesmo o metaverso, aposta de Mark Zuckerberg como futuro modelo de negócio da empresa, deu sinais positivos: a divisão, que estreou em destaque separado nos balanços da empresa, registrou prejuízo de US$ 3,3 bilhões nas operações no último trimestre de 2021. Na prática, isso significa que o que é faturado com produtos de realidades virtual e aumentada ainda não paga as contas da nova divisão.
Aumentando ainda mais a insatisfação com investidores, a Meta, holding do Facebook, projeta que o ano de 2022 deve ser mais difícil, impactando negativamente o desempenho do grupo. Os fatores que devem frear o crescimento são a inflação, cuja alta nos preços é sentida em todo o mundo, e problemas de logística, ambos afetando a circulação de venda de anúncios nas plataformas.
Além disso, a empresa afirmou no balanço que espera ver mais ventos contrários “tanto pelo aumento da corrida pelo tempo das pessoas quanto pela mudança de engajamento em nossos aplicativos de vídeo, como Reels, que gera receitas mais baixas do que o feed de notícias e os Stories”.
Por Redação Link