Moeda americana também fechou na maior queda entre pregões desde setembro; Bolsa fechou em alta de 1,54% diante de um cenário fiscal um pouco menos adverso, embora a preocupação com o desaquecimento da economia siga no radar
O real exibiu de longe o melhor desempenho entre as divisas emergentes na comparação com dólar nesta quinta-feira, 11, dia marcado por forte valorização da Bolsa e recuo dos juros futuros. Segundo analistas, a perspectiva de que a PEC dos precatórios passe no Senado, após ser aprovada por boa margem em segundo turno na Câmara dos Deputados, diminui a incerteza no campo fiscal e, por tabela, os prêmios de risco embutidos nos ativos domésticos. Também contribui para a apreciação do real a alta de commodities como o minério de ferro, na esteira dissipação de temores de uma crise no setor imobiliário chinês após a incorporadora Evergrande honrar pagamento de bônus e Pequim sinalizar que pode relaxar a regulação setorial.
A moeda brasileira, que havia sido muito castigada ao longo de outubro, auge das preocupações com o furo do teto dos gastos, agora se sobressai entre seus pares. Por aqui, o dólar à vista trabalhou em queda superior a 1% durante quase todo o pregão e, no início da tarde, chegou a romper o piso de R$ 5,40, descendo até a mínima de R$ 5,3926 (-1,95%). No fim do dia, encerrou em baixa de 1,74%, a R$ 5,4042 – menor valor de fechamento desde 1º de outubro, quando encerrou a R$ 5,3691. Além disso, foi a maior variação negativa desde o dia 9 de setembro (em relação ao pregão do dia anterior). Naquele dia, a moeda americana encerrou em R$ 5,2273, uma queda de 1,86% em relação ao fechamento do dia 8 de setembro.
Operadores destacam que o fluxo cambial foi pequeno devido ao feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos (com o mercado de Treasuries fechado), o que não tira a representatividade da recuperação do real. O fato é que, com a queda neste pregão, o dólar já perde 2,15% na semana. Em novembro, a moeda americana acumula um tombo de 4,28%, esboçando interromper uma sequência de dois meses de valorização (3,67% em outubro e 5,40% em setembro).
Bolsa
O Ibovespa conseguiu emendar a terceira alta, de 1,54%, aos 107.594,67 pontos, alcançando nesta quinta-feira o maior nível de fechamento desde o último dia 25, então aos 108.714,55 pontos. Nesta quinta, saiu de mínima na abertura aos 105.987,86 para chegar na máxima da sessão aos 108.669,18 pontos, com giro financeiro a R$ 36,9 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 2,64% e, no mês, 3,96%, ainda cedendo 9,60% no ano.
Apesar da timidez da recuperação observada nessas últimas sessões, foi a mais longa série positiva do Ibovespa desde o intervalo de quatro pregões entre 5 e 8 de outubro, na qual o índice de referência da B3 já mostrava lateralização.
Redação, O Estado de S.Paulo