Embarcações subindo o rio a espera do relógio passar a marca da meia-noite e o dia 1º de fevereiro ter início, com os anzóis já podendo ir para a água e os peixes fisgados, desde que logo em seguida sejam soltos na correnteza. Assim começa o período em que o pesque e solte está liberado nas calhas dos rios Paraguai e Paraná.
A pesca é uma das atividades mais festejadas e de atração de turistas ao Mato Grosso do Sul, tendo grande importância cultural e econômica para o Estado. Pesquisa recente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul) prova isso.
Compilado em 2020 e baseado em dados do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o estudo mostra um aumento ano a ano da emissão de licenças para pesca amadora no Estado. Se em 2014 foram 109 pedidos atendidos, esse número aumentou para 219 em 2017, chegando em 2019 a marca dos 922 e às 3.731 licenças em 2022.
Os números da pesquisa ainda mostram que 19% desses pescadores amadores formam uma maioria com renda entre R$ 4 mil a R$ 6 mil – sendo que outros 16% possuem renda superior a R$ 13 mil. Além disso, 25% desses turistas tendem a ter gastos entre R$ 501 a R$ 1 mil na atividade, contra 16% com gasto de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil.
“Evidencia-se que, para pouco mais de 2/3 dos pesquisados, a prática da pesca como lazer tem importância média (47,7%) e muito importante (27,5%)”, revela trecho do estudo, feito pelo Observatório do Turismo de Mato Grosso do Sul.
Festival
Um dos principais marcos do início do pesque e solte no rio Paraguai é o Fipec (Festival Internacional de Pesca Esportiva), que acontece em Corumbá anualmente, desde 1990 – com uma interrupção em 2012 e retomada no ano passado.
Realizado pela Acert (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo), o evento é um dos maiores eventos da pesca esportiva em água doce no Brasil, contando com o apoio do Governo de Mato Grosso do Sul. A prova principal contará com 350 equipes, somando ainda 1,5 mil inscritos na categoria infanto-juvenil.
Ao todo, mais de R$ 100 mil em prêmios serão distribuídos na competição, que segundo a Fundação Municipal de Turismo do Pantanal, de Corumbá, movimentou mais de R$ 3,5 milhões na economia local, com mais de 1 mil empregos gerados e 10 mil pessoas passando pela cidade em três dias – a ocupação hoteleira ficou em 66%.
Fiscalização
“O número de pessoas que vem aqui é grande e vem gente do mundo todo”, comenta o chefe da Comunicação da PMA (Polícia Militar Ambiental), tenente-coronel Ednilson Queiroz, ao falar sobre o início do pesque e solte, conforme o decreto estadual 15.166.
Queiroz explica que o período é marcado mais por orientações. “Já há quem esteja se preparando para assim que dê meia-noite, começar o pesque e solte. É uma atividade que atrai muita gente e geralmente não temos complicações durante às fiscalizações, pois são pescadores conscientes da importância da preservação e querem só o lazer”.
Contudo, ele reforça a necessidade de todos precisarem ter a licença de pesca, que deve ser emitida pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) no portal www.pescaamadora.imasul.ms.gov.br, via sistema Siriema.
Vale ainda ressaltar que o período de defeso continua, sendo proibido a retirada dos peixes dos rios. O pescador não pode adentrar nas baías, lagos e lagoas marginais, banhados e outros cursos d’água que tenham conexão com esses rios.
Nyelder Rodrigues, Comunicação Governo de MS
Foto de capa: Saul Schramm/arquivo
Foto interna: Silvio Andrade/arquivo