A pouco menos de um ano das eleições, tem gente bem próxima de Sérgio Moro já falando em voto útil, recurso tradicionalmente acionado só na reta final de campanhas: 1) o ex-juiz, desde já, seria o único com chances de evitar um segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro; 2) somente Moro seria capaz de ganhar do petista na fase decisiva. O time de Moro também se agarra às trajetórias de quem aparecia mal em pesquisas a um ano de disputas presidenciais: Dilma (2009), Aécio (2013) e Bolsonaro (2017). “Em 2018, a polarização dizimou quem estava no meio. Agora, o voto útil pode ser usado para alçar Moro diante da decepção com a direita e a esquerda”, diz o senador Álvaro Dias (Podemos-PR).
COLA? Moro vai incrementar seu discurso anticorrupção com temas como combate a pobreza e desigualdades. “Boa parte de quem apoia Lula e Bolsonaro o faz por ser contra o outro”, diz Dias. “Se Moro se mostrar viável, haverá migração da direita e da esquerda”.
TÔ AQUI. Do deputado federal Junior Bozzella (PSL-SP): “O que Moro tem em um mês é apenas o recall pessoal dele. A estratégia é as pessoas saberem que ele é candidato. Nossa preocupação é que ele tenha um palanque forte e coeso.”
OLHA AÍ. Empatado tecnicamente com Moro, Ciro Gomes tentará capitalizar ao máximo ainda a repercussão da ação da PF da qual foi um dos alvos. “A maior força da candidatura de Ciro é o ataque covarde da polícia política de Bolsonaro. Ninguém chuta cachorro morto”, afirma Antônio Neto, que preside o PDT em São Paulo.
CLICK. Felipe d’Avila, presidenciável do Novo
DÉJÀ VU. As dificuldades sob Bolsonaro têm feito movimentos populares da periferia paulistana resgatarem o conceito de carestia, usado durante a ditadura em protestos do Movimento do Custo de Vida (MCV), que emergiu nos anos de 1970 e 1980 contra a política econômica dos militares.
NA RUA. Nesta terça-feira, 21, pelo menos dez atos estão previstos em diferentes bairros da capital paulista. Os preços do gás e da energia elétrica, o desemprego e a fome estarão na pauta, clara. Panelas vazias e ossos serão usados como símbolos pelos manifestantes.
NA RUA 2. “Há comida nos supermercados, mas o que falta é emprego e dinheiro para comprá-la”, diz Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP) e um dos organizadores dos atos da esquerda contra o presidente Jair Bolsonaro ao longo deste ano.
SENTIDO. Alinhado aos interesses militares, o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) relatou e derrubou um projeto do colega Rubens Bueno (Cidadania-PR) que proibia a produção, utilização e comercialização de armas de destruição em massa.
SENTIDO 2. Na discussão, Eduardo Bolsonaro citou a situação de Paquistão e Índia. “Os dois têm bomba atômica. Se um dos lados não tivesse, seria um problema grande”.
SINAIS PARTICULARES (por Kleber Sales). Luiz Philippe de Orleans e Bragança, deputado federal (PSL-SP)
PRONTO, FALEI! Rodrigo Maia, secretário de Projetos de SP
Por Alberto Bombig, Camila Turtelli e Matheus Lara