Da Redação
A cautela global com os impactos econômicos do coronavírus e as divergências internas entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores na condução da crise levaram o dólar a fechar com alta de 1,47%, a R 5,18. A bolsa acompanhou os mercados externos e subiu 1,65%, a 74.639 pontos.
Segundo analistas, a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, que neste domingo (dia 29) prorrogou as diretrizes de permanência em casa até o final de abril, intensificou o nervosismo do mercado de câmbio.
Além do real, diversas moedas, como o rand sul-africano, lira turca, peso mexicano e dólar australiano apresentaram quedas acentuadas nesta segunda-feira (dia 30).
“Investidores estão começando a semana digerindo o fato de que a maior economia do mundo permanecerá paralisada por mais tempo depois que Trump ouviu os conselhos dos principais médicos do governo”, disse em nota a XP Investimentos. “Do lado da cautela, os indicadores econômicos e das empresas continuarão se deteriorando nas próximas semanas, o tempo necessário para voltarmos à normalidade permanece incerto e as notícias positivas referentes aos pacotes anunciados ao redor do mundo ficaram para trás”, completou.
Ainda no radar dos investidores, o clima político no Brasil continua tenso, já que o presidente Bolsonaro insiste na retomada das atividades apesar dos riscos sanitários apresentados pelo Covid-19.
O presidente disse no domingo que está “com vontade” de editar um decreto que permita que todos os profissionais que precisam trabalhar para sustentar suas famílias retomem suas atividades, apesar das medidas de restrição à circulação tomadas por vários estados e municípios para conter a disseminação
Bolsa
O Ibovespa, principal índice da B3 que vem mostrando forte correlação com as bolsas americanas, acompanhou o dia de alta no exterior.
“Foi um dia de recuperação para o mercado”, avaliou Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, que atribuiu o respiro ao avanço no desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus e o reforço do compromisso dos bancos centrais no combate à desaceleração econômica.
“Por aqui, o BNDES anunciou R$ 2 bilhões para ajudar empresas de saúde a aumentar leitos e equipamentos e o ministro Paulo Guedes afirmou que cerca de R$ 500 bilhões serão injetados diretamente na economia nos próximos meses”, analisou Ribeiro.
(Com a Reuters)