Por Flávio Veras
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) afirmou que a imunização contra o coronavírus (Covid-19 ) ocorrerá apenas ao longo de todo o ano de 2020. A projeção foi feita durante uma live no Instagram promovida pelo apresentador Luciano Huck.
Além disso, Mandetta e Huck falaram sobre um plano específico de imunização que até o momento não foi apresentado pelo governo federal. “O Brasil tá lento na resposta, outro dia eu ouvi a seguinte frase: Se houver demanda e preço, compramos. A demanda existe, pois todos precisam se imunizar e voltar a normalidade. Em relação ao preço, eu acredito que o valor de uma vida e do desemprego é muito maior. O país reservou uma cota de 10% apenas do consórcio da OMS, mas ele tinha a possibilidade de reservar até 50%. Portanto, a política de Brasília não está preocupada com o retorno da normalidade, e o pior, aparece estar perdida”, avaliou,
Assim como fez ao Correio do Estado, o ex-ministro apontou que a campanha eleitoral, como número recorde de vereadores, influenciaram os números para cima. “Hoje estamos colhendo os fatos que aconteceram há um mês. Portanto, novamente devemos segurar um pouco, pois o que nós temíamos no início pode ser que aconteça de forma catastrófica, que é falta de leitos hospitalares para o tratamento. Tem uma galera querendo fazer festa e, digo, calma por enquanto. Logo iremos começar a fazer a vacinação para os grupos de risco, daí podemos tentar voltar aos poucos à normalidade”, projetou.
Em relação a distribuição, Mandetta falou que o governo tem que pensar quais vacinas podem ir para os grandes centros e quais podem ser enviadas ao interior do Brasil. “Nos grandes centros, poderemos usar a vacina da pfizer que exige um resfriamento maior, Aprovando a CoronaVac, mandamos ela para o interior, pois ela pode ser armazenada em apenas -2º C e pode viajar longas distâncias. A vacina da Astrazeneca, também e poderemos sair distribuindo de uma forma que há uma logística”, orientou.
O ex-ministro falou que o Sistema único de Saúde pode ser “o melhor modelo de imunização do mundo”. “O SUS tem referência em realizar esse tipo de campanha, porém, informações apontam que o governo não se preparou para fazê-la, pois corremos o risco de não ter insumos, como seringa e algodão. Caso isso aconteça, não adiantará encomendar milhões de imunizantes, se o profissional de saúde não tiver como aplicá-lo”, alertou.
E finalizou a entrevista elogiando o apresentador. “Você tem muita a colaborar por esse país. Acabando esse vídeo muitos irão dizer, os dois estão fazendo política, mas estamos aqui para falar de ciência e com o foco em salvar vidas.”