Globo Esporte
Acostumado a um dia a dia intenso, o Nilton Santos vive realidade diferente em tempos de coronavírus. Enquanto a sociedade tenta conter a pandemia, o estádio também muda de rotina para se adequar à nova realidade. Sem jogos e treinos, a casa do Botafogo está bem menos frequentada, mas exige cuidados diferentes.
Para atender às orientações das autoridades e proteger os funcionários, o Alvinegro garante que trabalha com o mínimo possível de pessoal para manter a manutenção e a segurança do estádio. Tanto os empregados do clube quanto de empresas terceirizadas precisam tomar cuidados extras de prevenção ao Covid-19.
– Tão logo a crise causada pelo coronavírus começou a se alastrar, até antes da posição das autoridades, tomamos a precaução de reduzir ao máximo o quadro de funcionários que trabalham não só no estádio, mas em todas as sedes. Colocamos quase todos de home office. Esse mínimo possível é o pessoal de manutenção, apenas quando necessário, e de segurança – disse ao GloboEsporte.com o vice-presidente executivo Alessandro Leite.
Gramado requer atenção
No momento, apenas profissionais para segurança e tratamento do gramado estão mais presentes no dia a dia. Outros trabalhos de manutenção, como elétricos e hidráulicos, são chamados apenas em emergências. Os corredores do Nilton Santos já têm cartazes com dicas de prevenção e recipientes com álcool em gel há praticamente duas semanas.
Com a inatividade, o Botafogo ganhou mais tempo para ter cuidados especiais com o gramado. O estado do campo é considerado bom, mas alguns serviços são intensificados, como descompactação, nivelamento com areia e adubação.
Contudo, até isso será deixado de lado em caso de necessidade das autoridades de saúde. Na última semana, o Nilton Santos foi colocado à disposição para o combate ao novo coronavírus, seja para eventos ou construção de hospital de campanha, como acontece no Pacaembu, em São Paulo.
Finanças preocupam
O clube coloca a questão social e de saúde como prioritárias, mas já começa a se preocupar com as finanças. Os dias (até meses, possivelmente) de estádio vazio cobram um preço e apertam, ainda mais, as contas alvinegras, que já estão magras. Consequências que a diretoria ainda não tem dimensão do tamanho.
– Estamos calculado o impacto que isso pode causar ao clube. Teremos diminuição de todas as receitas. Até sócios e membros de escolinhas estão renegociando formas de pagamento. Nosso foco agora não é o financeiro, mas sim nos preocupar com a vida dos nossos funcionários e atletas – afirmou.
– Vamos nos adequar nessa parte financeira, até porque temos salários a pagar, o que é prioridade. Vimos que o governo deu uma resposta positiva sobre algumas renegociações, questão de Profut. Mas são coisas que ainda precisamos estudar – concluiu.