Rafaela Moreira
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação contra a Covid-19 deve começar na próxima quarta-feira (20) em todo país. Com a vacina cada vez mais próxima, grupos se organizam para a imunização e querem prioridade.
A Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenepospetro) e o sindicato da categoria em Mato Grosso do Sul (Sinpospetro/MS) encaminharam ofício à Secretaria de Estado de Saúde, pedindo a inclusão dos quase 7 mil profissionais que trabalham nos postos em todo Estado, no atendimento prioritário para a imunização contra a Covid-19.
Segundo o diretor do Sinpospetro, o pedido foi feito porque esses profissionais, especialmente os frentistas, têm contato direto com centenas de pessoas diariamente, vindos de todos os lugares do país e até do exterior. “Daí a necessidade de incluir nossa categoria na lista de profissionais prioritários para receberem a vacina”, explica.
Outra instituição que também quer prioridade da fila de vacinação é o Sindicato dos Empregados no Comércio, eles argumentam que os comerciários lidam de forma direta com centenas de pessoas de todas as idades e vindas de todos os lugares.
Segundo o Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, a maior preocupação é em relação aos supermercados, onde a aglomeração de consumidores é maior e nem sempre as pessoas respeitam algumas medidas preventivas como a manutenção do distanciamento.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul (Abrasel-MS), enviou um ofício à bancada federal formalizando o pedido para a inclusão de todos os trabalhadores do setor no grupo prioritário.
De acordo com o presidente da Abrasel, Juliano Wertheimer, foi o senador Nelson Trad que propôs a inclusão dos garçons no grupo, porém, a Associação está em contato com a bancada federal para uma adequação no texto.
“O senador que sugeriu a inclusão de garçons no grupo, ele considerou grupo de risco por estarem em contato direto com outras pessoas, nós embarcamos na ideia dele, não adianta vacinar garçons, deixando de fora a equipe de limpeza, cozinha, segurança, faz mais sentido vacinar todos, é isso que queremos”, defende o presidente da Abrasel-MS.
A Entidade quer a inclusão de todos os trabalhadores, como garçons, cozinheiros, ajudantes de cozinha, equipe de limpeza, caixas, bartenders e todos os outros funcionários no grupo prioritário para receber a vacina.
Em dezembro, a Federação Industrial do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), protocolou um pedido para a reserva de 150 mil doses de vacinas, produzida pela Pfizer/BioNTech, para o setor da indústria do Estado, junto a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Correio do Estado entrou em contato com os responsáveis e foi informado que a entidade aguarda o posicionamento da Anvisa quanto ao pedido, mas o objetivo é vacinar 100% dos trabalhadores do setor, visando também não sobrecarregar o Sistema de Saúde.
A primeira versão do plano nacional de vacinação prevê prioridade para trabalhadores da área de Saúde, idosos (acima de 60 anos), indígenas, pessoas com comorbidades, professores (do nível básico ao superior), profissionais de forças de segurança, salvamento e funcionários do sistema prisional. Recentemente foram incluídas comunidades tradicionais ribeirinhas; quilombolas; trabalhadores do transporte coletivo, pessoas em situação de rua e presos.
Para o médico infectologista Rodrigo Coelho, é necessário elencar um grau de prioridade, mas todos serão vacinados contra Covid-19.
“Todas essas questões têm que ser avaliada, é necessário elencar um grau de prioridade, mas os que estão em contato direto com pessoas com vírus, ou seja, profissionais da saúde, pessoas com comorbidades, pois já percebemos que esse grupo tem mais chances de internações ou vir a óbito, e pessoas da terceira idade precisam sim ter prioridade”, destacou Coelho.
O infectologista explica que a expectativa para a imunização é a melhor possível, visto que a vacinação contra a Covid-19 deve começar no dia 20 de janeiro deste ano. Esta foi a data anunciada pelo Ministério da Saúde e é o que espera o governo de Mato Grosso do Sul.
“Essa imunização vai ser controlada pelo Ministério da Saúde, quando chegar na fase do comércio, acredito que todos já estarão sendo vacinados. O Ministro da Saúde disse que haverá vacina para todo mundo, é preciso ter calma e paciência, toda a população é prioridade”, afirmou o infectologista.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) negou o pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para “reservar” vacinas a 7 mil servidores da Corte e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e alegou que não possui autonomia “nem para dedicar parte da produção” para a imunização de seus próprios servidores.
Uma situação semelhante aconteceu com um grupo de promotores de São Paulo que pediu prioridade à categoria na vacinação contra a Covid-19, alegando que existe um contato social ‘extremamente grande’.