Por Da Redação
O senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) recebeu alta na manhã deste domingo, 23, após passar cinco dias de internado. Ele foi atingido por dois tiros de arma de fogo na última quarta-feira, 19, ao forçar com uma retroescavadeira a entrada num batalhão tomado por policiais militares amotinados em Sobral, cidade a 270 km de Fortaleza ontem iniciou sua carreira política.
Segundo a assessoria de Cid, ele ficará nos próximos dias em sua casa em Fortaleza e continuará o processo de reabilitação, realizando fisioterapia respiratória e uso de antibióticos para restabelecimento da função pulmonar. No sábado, 22, Cid Gomes passou por um exame de raio-X e foi constatada a presença de dois projéteis alojados em seu corpo, um próximo à costela e o outro no pulmão esquerdo, além de fragmento de um terceiro projétil. Por orientação médica, nenhum deles será retirado.
Na quarta-feira, logo após ser baleado, o senador foi internado no Hospital do Coração, em Sobral, onde passou por uma drenagem de líquido do pulmão atingido. No dia seguinte, Cid Gomes foi transferido para um hospital particular de Fortaleza.
Licenciado desde dezembro de 2019, o senador dedicava-se há três meses à articulação de alianças locais para a eleição municipal de outubro. Seu grupo político comanda Sobral e Fortaleza, além do próprio governo do Ceará. Cid é presidente estadual do PDT. A ida a Sobral tinha o objetivo de confrontar o motim de policiais e bombeiros militares, cujo o movimento é apoiado por adversários locais. A Polícia Militar e os bombeiros reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana, aliado do senador.
Por conta da crise, o estado recebeu reforço de tropas da Força Nacional e do Exército Brasileiro. Atualmente, a segurança no estado é realizada por 2,5 mil soldados do Exército, 150 agentes da Força Nacional, 212 policiais rodoviários federais, policiais civis PMs de batalhões que não aderiram à paralisação. O Ceará tem batalhões tomados por policiais militares e familiares desde de terça-feira, 18.
Ao menos nove quartéis estão sob o comando dos manifestantes, que cortaram ou esvaziaram pneus de viaturas e motocicletas. O governo decidiu suspender 167 policiais, que estão sendo investigados por participar na paralisação. O governo garante que eles sairão da folha salarial pelo período.