Gabrielle Tavares
O Parque das Nações Indígenas teve a reabertura antecipada para esta quinta-feira (8) e logo pela manhã, moradores da região foram matar a saudade do local que ficou sete meses fechado. Mas os vendedores que ficam na entrada do Parque reprovaram a proibição do uso dos banheiros.
O dentista Ademar Fonseca Barbosa, 35 anos, levou seu filho de 2 anos para passear nesta manhã. De acordo com ele, a criança estava passando muito tempo em ambientes fechados.
“Meu filho sentiu muita falta de vir, ele ficou muio estressado em casa. Antes do parque fechar costumávamos vir bastante aqui, principalmente no parquinho, vinhamos umas quatro vezes por semana. Com o parque fechado nós ficamos em casa, demos voltas ao redor da casa, ia para a avó, para a tia, e só”, comentou.
Barbosa admitiu que não está cumprindo rigorosamente o isolamento social, mas disse que pretende diminuir as visitas ao parque. “Pretendo continuar vindo, mas não com a mesma frequência que vinha antes”, concluiu.
“Fiquei feliz que abriu, porque vai aumentar as vendas, mas cadê o banheiro? Fico aqui o dia inteiro, das 7h às 19h. Pelo menos uma vez por dia preciso ir ao banheiro do posto de gasolina lá na frente. Pago R$6 para ir, aí na volta preciso pedir outro”, disse.
A proibição faz parte do protocolo de biossegurança necessário para a reabertura, elaborado pelo Governo do Estado em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi). Além dos banheiros, as quadras de esporte, pista de skate, parques infantis, bebedouros e decks não poderão ser usados por 30 dias.
“As outras restrições eu entendo que é necessário, mas o banheiro eu acho que tinha que ter. Nesse tempo todo de pandemia ninguém veio aqui para ver como estávamos lidando com essa questão”, finalizou Maria.
Aberto das 6h às 21h, estão liberadas as atividades físicas, na modalidade de caminhada, corrida, bicicleta e passeios para observação de pássaros e animais, obedecendo ao distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas, além do uso obrigatório de máscaras.
Não serão permitidos, ainda, lanches coletivos ou outra atividade em grupo, bem como eventos, como celebração de aniversário e montagens de tendas.
O comerciante Jonathas dos Santos, 38, que também trabalha vendendo os cocos, comemora a reabertura do parque e a chegada do feriado prolongado.
“A esperança é que as vendas aumentem. Elas caíram bastante nesses sete meses, mais de 50%. Antes da pandemia a gente vendia em média uns 200 cocos por dia, na pandemia vende uns 60. Prejudicou bastante no fim do mês, já pensamos em fechar, mas não temos outra renda né, então não tem como fechar”, explicou Jonathas.
Outro visitante que aproveitou a reabertura do parque já nesta manhã foi o Edson Cristovam, 44 anos, que é vizinho da área de lazer e costumava se exercitar todos os dias no local antes da pandemia.
“Senti muita falta quando fechou, tive que caminhar no canteiro da avenida. Agora vai ser mais seguro, dentro do parque não tem carros e tem mais espaço, menos pessoas aglomeradas”, apontou.