Por Thais Libni
Padaria do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, entrou em funcionamento nesta quarta-feira (12). Idealizada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por meio da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, a iniciativa visa fomentar a ressocialização e a geração de renda daqueles que estão cumprindo pena.
Ao todo foram investidos em torno de R$ 210 mil na construção e adequação de local e na compra de maquinários de panificação.
A padaria da Gameleira conta com forno turbo, cilindro profissional, modeladora para pães, amassadeira espiral com capacidade para 25 kg, câmaras para crescimento de pães, assadeiras de alumínio, mesas de inox, balança elétrica, divisora de massa, congelador horizontal, esteiras para pão francês, câmara para 40 assadeiras, bebedouro e câmara climática.
Para trabalhar no local, os reeducandos terão de passar por uma capacitação em panificação e manipulação de alimentos, que será ministrada por docentes do Senac.
E ainda, apreender um pouco sobre empreendedorismo com os professores da UFMS.
“Eles terão aulas sobre gestão de pessoas, funcionamento e gestão financeira de um pequeno negócio ou empreendimento, a montar currículos. Tudo isso está inserido em um projeto de extensão que contará com dois módulos anuais, ministrados por professores altamente capacitados”, destacou o Pró-Reitor de Esporte Cultura e Lazer da UFMS, Marcelo Fernandes Pereira.
A estimativa é produzir aproximadamente 2 mil pães por dia, a metade irá atender a demanda interna da Gameleira e a outra metade será doada a instituições sociais, como a Central Única de Favelas (Cufa).
O titular da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande destacou a importância das parcerias que tornaram o projeto real e como a iniciativa pode mundar a vida dessas pessoas.
“Graças a essas parcerias e as empresas que acreditam no ser humano e no trabalho dessas pessoas, que conseguimos colocar em prática projetos como este. Hoje temos aqui em torno de mil presos trabalhando e queremos que eles tenham no trabalho a esperança de um futuro melhor”.
Para Silmara Félix, representante do Sistema Carcerário da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul, o maior legado do projeto é a ressocialização.
“A partir desse trabalho que os reeducandos iniciam no regime semiaberto, eles tem a possibilidade de criar uma oportunidade futura de emprego, porque aqui eles vão ter uma qualificação técnica e aprender uma nova profissão”, lembra.
“É uma padaria inteligente, que não apenas possibilita a ressocialização por meio do trabalho com a produção de pães, como gera renda e permite ainda a remissão de pena”, conclui o diretor-presidente da Agepen, Aud Oliveira Chaves.
O projeto é desenvolvido por meio de parcerias entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), TJMS e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).