Por Gabrielle Tavares
Motoristas de aplicativo protestaram nas ruas da Capital na manhã desta quarta-feira (17) contra o alto preço do combustível taxas cobradas pelas empresas multinacionais.
O grupo formado por grande número de veículos passou pelo Parque dos Poderes, onde fez buzinaço na frente da Governadoria, pela Afonso Pena, onde teve mais buzinas em frente ao Paço Municipal, e seguiu para a Câmara Municipal.
Os motoristas que não participaram da carreata manifestaram de casa e ficarão sem rodar durante todo o dia. Com poucos carros ativos nas plataformas, passageiros vão encontrar preços mais altos pelas corridas, além da demora para terem a solicitação atendida.
Cleber da Rocha Silva, 37 anos, trabalha exclusivamente como motorista de aplicativo e reclama das taxas cobradas pelas empresas Uber e 99 POP. Segundo o profissional, 30% do que recebe de cada corrida fica para as plataformas, com o preço do combustível e manutenção do veículo, o lucro é baixíssimo.
“Em Campo Grande é aplicada a mesma tarifa desde 2016, de lá para cá o preço da gasolina aumentou, do imposto também, e a tarifa não abaixou. Pelo contrário, agora estão fazendo promoções e deixando as corridas mais baratas”, disse.
Cleber explicou que recentemente, quando há baixa procura de passageiros, as plataformas começaram a enviar promoções de incentivo para que o passageiro solicite alguma corrida. O problema é que o valor não é ressarcido ao motorista.
“Praticamente não compensa o preço normal, que já é barato, imagina com promoção”, completou Cleber.
Em Mato Grosso do Sul, o litro da gasolina já é comercializado acima de R$ 5, é o maior preço médio já registrado na série histórica da agência que começou em 2001.
No Estado, ele pode representar até 20% do salário mínimo. De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio de Mato Grosso do Sul, Daniela Dias, em média, o preço do combustível corresponde a 8% do salário dos campo-grandenses.
Para tentar fugir dos altos valores, Cleber explicou que um grupo de motoristas da Capital se reuniram e criaram o próprio aplicativo, o Mou Driver.
“Já tem 2 mil motoristas cadastrados e mais de 5 mil clientes. Está rodando há um ano e cobra mensalidade de R$ 30, diferente da Uber, por exemplo, que no mês chega a custar R$ 1 500”, apontou.