Da Redação
É comum nos últimos anos ver famílias de migrantes nas ruas de Campo Grande empunhando cartazes pedindo, comida, dinheiro, até mesmo trabalho. Com os problemas sociais enfrentados pelo país vizinho e o agravante da pandemia, a situação dessas pessoas, piora.
Até novembro de 2019, o estado já havia acolhido mil imigrantes. Hoje, são 100 famílias que precisam de ajuda. Quem está à frente do processo é a Associação Venezuelana de Campo Grande, comandada atualmente por Mirtha Carpio.
A presidente conta com a ajuda do Cedami e da Pastoral do Migrante para acolhimento. Segundo ela, são as instituições que mais os ajudaram desde o começo das atividades, seis meses atrás.
Os trabalhos foram iniciados pela ONG Fraternidade Sem Fronteiras (FSF). “Logo esse braço passou a se chamar MS Acolhe, inicialmente conduzido por Elaine Oshiro, uma das volutarias, até chegar na nova formatação”, explica. Hoje, ela não tem como acolher as famílias, pois ainda não tem local para eles.
Mirtha Carpio teve um caminho diferente dos conterrâneos. Chegou em Campo Grande em 2008, quando o marido, veterinário especializado em felinos, recebeu uma proposta para trabalhar na ONG Panthera Fundantion. “Amamos a cidade de cara. Quando saímos de lá a situação não estava tão ruim”, relembra.
Ela agora tem uma missão de ajudar os que vieram ao estado atrás de um recomeço. Ela fala com gratidão sobre a ajuda que recebeu em forma de doações da Associação de Arquitetos, do Banco do Brasil, da Cruz Vermelha e outros projetos de caridade.
Sobre a atuação dos órgãos governamentais, Mirtha ressalta a assistência dada pelo Governo Federal na integração de venezuelanos à sociedade. Ela diz também que “a extensão do auxílio emergencial de 600 reais aos migrantes foi essencial”.
Em relação à Prefeitura de Campo Grande, ela enfatizou a falta de ajuda dada. Em manifestação por e-mail, a Secretaria de Assistência Social (SAS) afirma que “acolheu de março a junho (momento da Pandemia) 32 pessoas/famílias Venezuelanas”.
Mirtha ressalta: a população que deixa a Venezuela em busca de uma vida digna no Brasil precisa de emprego. “A doação é sempre bem-vinda, mas antes de tudo temos que integrar essas pessoas e ajudá-las a se estabelecerem”.