Daiany Albuquerque
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) antecipou para este mês o início das atividades de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya.
Isso porque, segundo a Superintendente de Vigilância em Saúde da pasta, Veruska Lahdo, houve um pequeno aumento nas notificações de setembro e outubro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Por isso, a intenção é evitar que duas epidemias ocorram ao mesmo tempo, a de Dengue e a de Covid-19 – em que a Capital permanece como o município mais afetado pela pandemia em Mato Grosso do Sul.
Conforme dados do boletim epidemiológico da Dengue divulgado pela Sesau, em setembro deste ano foram notificados 227 casos da doença em Campo Grande, já no mesmo período do ano passado foram 144.
Já em outubro de 2019 foram 201, contra 112 deste, dado que ainda não está completamente fechado.
“Em setembro e outubro tivemos um pouco mais de casos que no ano passado, então resolvemos antecipar para novembro as ações da Sesau, para retomar esse assunto”, declarou Lahdo.
Segundo ela, outra preocupação é também com os diagnósticos da doença, já que, em alguns casos, os sintomas das enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti ão semelhantes aos do novo coronavírus.
“Ter Dengue, Zika e Chikungunya circulando no causa preocupação porque dificulta o diagnóstico porque alguns sintomas são iguais ao da Covid-19, como a febre, dor no corpo”, disse.
“Nós ainda estamos em pandemia, e esses sintomas podem ser de coronavírus e de dengue, então é preocupante a circulação de várias doenças ao mesmo tempo”, salientou a superintendente.
AÇÕES
Com isso, já na próxima semana as pesquisas do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Liraa), que foram paralisadas em março devido a pandemia da Covid-19, serão retomadas. Assim como a campanha Mosquito Zero.
“Tivemos uma redução significativa de notificações em abril, e algumas medidas foram suspensas ou adaptadas para garantir a segurança dos agentes. O Liraa tinha sido suspenso e volta na semana que e na outra já deve sair o resultado”, explicou Lahdo.
“As atividades de campo continuam, como o Mosquito Zero, com ponto de descarte de entulho para recolhimento e encaminhava para local seguro. E com o Levantamento vamos saber as regiões onde tem maior número de incidência do mosquito, para atuarmos de forma mais eficaz”, completou.
O que a secretaria também quer evitar é que a este ano também se repita o que houve este ano, onde houve cenário de epidemia de Dengue na Capital.
Fato que ocorreu no ano seguinte a outra situação epidêmica, já que em 2019 a cidade chegou até a decretar emergência devida ao número de casos da doença.
“Tivemos duas [epidemias] seguidas, 2019 e 2020. Este ano foi considerado uma epidemia porque estivemos acima do limite previsto para o período”, declarou a superintendente.
“Em janeiro já estávamos em epidemia de dengue e isso foi decorrente de criadouros do mosquito que não foram destruídos, de descarte incorreto de materiais onde poderia vir a ser um criadouro. Não tem como prever se esse ano será assim, mas nosso trabalho vem para evitar uma nova epidemia”, acrescentou.