A Associação de Recuperação, Conservação e Preservação da Bacia do Guariroba (ARCP Guariroba) iniciou ontem (21) o plantio de 5 mil mudas nativas do cerrado na Área de Proteção Ambiental (APA) do Guariroba, em parceria com a Prefeitura de Campo Grande e integrantes do Conselho Gestor da APA do Guariroba, além da presença da WWF Brasil. A ação encerra o período de plantio de mudas e recuperação de pastagens, que começou em outubro e termina este mês, época mais chuvosa do ano. “Estamos comemorando o Dia Mundial da Água e o trabalho da associação é principalmente a preservação da água”, afirma o presidente da ARCP Guariroba, Claudinei Pecois.
Em cinco anos de trabalho da associação já foram restaurados, segundo Claudinei, 80 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e ainda restam outros 660 hectares para recuperar. “Grande parte dos 79 produtores rurais da Bacia do Guariroba está receptiva ao projeto de restauração. Nossa intenção é através do exemplo, das boas práticas conseguir transformar essa região”, ressalta ele.
De acordo com o presidente da ARCP, são várias frentes de trabalho: a restauração ambiental das APPs, a recuperação das pastagens e o terraceamento, uma técnica agrícola para evitar a erosão causada pelas águas da chuva. Dos 36.200 hectares da bacia do Guariroba, a maior parte é de pastagens. “Se essas áreas também estiverem recuperadas, não vai haver erosão porque a infiltração da água no solo será maior”, destaca Claudinei.
Para a engenheira florestal do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Adriana do Santos Damião, esse trabalho de restauração ecológica é muito importante para a preservação da água. “Essa parceria, integrando governamental com não-governamental e o apoio técnico, é fundamental. Antigamente, diziam que a água era um produto renovável, mas não é mais”, alerta a engenheira, lembrando que 50% da água que abastece Campo Grande vem da Bacia do Guariroba.
A assessora executiva do Conselho Gestor da APA do Guariroba e representante da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), Lucilene Oshiro, lembra que o conselho propicia a gestão democrática do território. “Essa iniciativa da ARCP é de extrema importância, como membro do conselho gestor. Temos um plano de manejo, com programas ambientais para serem cumpridos e esse tipo de ação faz parte do plano de manejo. Eles são um dos nossos parceiros, para nos ajudar a fazer esse plano de manejo se tornar realidade”, afirma Lucilene.
A vice-presidente da ARCP, Cristina Possari, também ressalta a importância desse trabalho de recuperação da Bacia do Guariroba para a população de Campo Grande e para as futuras gerações. “Precisamos pensar nos nossos filhos, netos e bisnetos. Que possamos deixar um planeta ambientalmente mais correto e garantir água para essas gerações”, finaliza Cristina.
Da Redação