Governador recomenda que turistas saiam da região e que população saia quando a casa estiver em área de risco
O juiz Paulo Guilherme de Faria, do TJSP (Tribunal da Justiça de São Paulo), concedeu uma liminar para evacuar moradores situados em áreas de riscos após as chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo entre o sábado (18) e o domingo (19) e deixaram, até o momento, 48 mortos e 38 desaparecidos.
A liminar autoriza os moradores situados em 16 áreas de risco a serem retirados das moradias, são elas: Boiçucanga, Juquehy, Cambury, Barra do Sahy, Maresias, Paúba, Toque Toque Pequeno, Barra do Una, Barequeçaba, Varadouro, Itatinga, Olaria, Topolândia, Morro do Abrigo, Enseada e Jaraguá, e outras áreas que podem ser identificadas e incluídas nessa lista.
A medida tem “caráter preventivo e provisório, devendo cessar tão logo a situação climática esteja favorável”, cita a Justiça. A decisão reforça que a liminar deve ser usada como última ferramenta às pessoas que se recusarem a deixar as áreas que realmente estão sob o risco de deslizamentos ou desastres.
O pedido foi feito pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que informou que este trabalho “tem sido um dos mais difíceis” e teve que pedir à Justiça a autorização para tirar esses moradores, mesmo que à força.
Visita do governador no litoral norte
Tarcísio fez um novo apelo aos turistas para que deixem a região e voltem em segurança para casa, ao aconselhar que aproveitem o clima para pegar a estrada. “A recomendação é a mesma: saiam de casa e peguem a estrada para voltar. Aproveitem a janela de tempo”, advertiu o ex-ministro da Infraestrutura.
“Quase 7.000 veículos saíram do litoral e voltaram para casa por causa da operação das nossas equipes nas estradas. Os profissionais continuam lá para que um maior volume de pessoas continue saindo”, disse.
Saída do litoral norte
A retirada de pessoas que moram em áreas de risco é um dos maiores desafios, de acordo com o governador de São Paulo. Além do poder de convencimento, feito pela Defesa Civil e demais autoridades.
Os saques das residências abandonadas, sob risco de ruir, são o principal entrave. “A gente está dando os alertas, mas nota uma dificuldade grande porque, imagina o seguinte: quem não tem nada, construiu aquela casa com sacrifício e a pessoa se apega àquela casa, não quer sair, é tudo o que ela tem. Aí, a gente consegue remover a pessoa para o abrigo. Aí, ela recebe a notícia que foram lá e saquearam a casa dela. Aí, ela quer voltar para casa e não quer sair de lá de jeito nenhum. Então, a gente está tendo uma dificuldade muito grande de convencimento”, disse.
Para prevenir esse tipo de crime, o governador informou que, na terça-feira (21), 80 policiais do Batalhão de Choque foram levados para a região e, nesta quarta-feira (22), mais homens da PM chegam ao local. “Hoje, vão chegar mais 300 policiais militares para reforçar a segurança e impedir saques”, afirmou.
R7