Em todo o mundo, o dia 1º de dezembro é dedicado à conscientização para a importância do diagnóstico e tratamento precoce da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
O relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), divulgado na última quinta-feira (30), mostra que se forem mantidas as tendências atuais o mundo não conseguirá atingir a meta de acabar com a AIDS como ameaça à saúde pública até 2030.
De acordo com o Ministério da Saúde no Brasil, em 2021, o número de pessoas vivendo com HIV passava de 900 mil e, desse total, cerca de 77% tratavam a infecção com antiretrovirais.
A Aids é uma doença infecciosa, transmitida pelo vírus e o uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C.
Para a médica infectologista da Cassems Marcia Dal Fabbro, a conscientização e a informação são instrumentos para o enfrentamento as doenças. “Existe, entre os pacientes, muito receio de falar abertamente sobre o tratamento até para os próprios familiares por medo de serem discriminados. Porque, ainda hoje, as pessoas desconhecem as formas de transmissão”, explica a médica infectologista.
Diagnóstico
A pessoa diagnosticada com a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) ou outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), tem direito a iniciar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais imediatamente após receber o resultado dos exames.
A médica infectologista da Cassems, reforça que o diagnóstico precoce é fundamental para o enfrentamento das doenças. “Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, mais cedo é introduzido o medicamento e esse paciente terá uma vida normal. O tratamento é gratuito e tem uma boa resposta”, explica.
Márcia Dal Fabbro ressalta ainda que os testes rápidos para diagnóstico da doença podem ser solicitados tanto em unidades básicas de saúde quanto em consultórios médicos particulares. “Não tem que ter receio de solicitar o exame para o seu médico particular. Existe ainda a opção de ir até uma unidade de saúde, todas elas têm inclusive, no interior do estado”, salienta Márcia Dal Fabbro.
Com o aumento da expectativa de vida, o teste rápido para diagnóstico de HIV/Aids pode ser solicitado por pessoas com vida sexual ativa de qualquer faixa etária. “As pessoas estão envelhecendo com maior qualidade de vida e isso inclui a atividade sexual. Então pessoas com a vida sexual ativa, mesmo os idosos, devem procurar o diagnostico”, reforça a médica infectologista.
Marcia Dal Fabbro destaca que o tratamento das ISTs e Aids evoluíram. “Acompanho pacientes há muitos anos e hoje a gente vê o avanço que teve no tratamento com quase nada de efeitos colaterais. Esses pacientes passam por uma consulta médica pelo menos duas vezes ao ano, porque é necessário fazer o exame a cada seis meses, é exigência para ele pegar o remédio. Então eles têm uma qualidade de vida muito grande”, finaliza.
Por – Tathiane Panziera