Por Jota Menon
Com uma carreira na vida pública que se iniciou, em 1991, a partir de um convite formulado pelo saudoso ex-governador de Mato Grosso do Sul, Pedro Pedrossian, para ocupar o cargo de secretário de estado de Habitação e Desenvolvimento Urbano, o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) pode voltar a ocupar um alto posto no Poder Executivo, 32 anos após dar os primeiros passos na carreira política que se consolidaria com o passar dos anos como uma das mais sólidas, e vitoriosa na história de nosso Estado.
Atual presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), cargo que exerce pela segunda Sessão Legislativa consecutiva, Paulo Corrêa foi reeleito para seu oitavo mandato de deputado estadual, em 2 de outubro passado, com 49.184 votos, mas poderá se ausentar do Poder Legislativo para contribuir com a administração do futuro governador do Estado, Eduardo Corrêa Riedel (PSDB).
Durante a campanha, Paulo Corrêa percorreu todas as regiões de Mato Grosso do Sul ao lado de Riedel e da comitiva vitoriosa do PSDB e hoje é visto pelo futuro governador como nome ideal para assumir a Secretaria de Estado da Casa Civil, pasta considerada chave para uma boa interlocução entre o governador e a classe política, principalmente, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças partidárias municipais.
Além de ter percorrido o Estado ao lado de Riedel, fato que criou um estreitamento nas suas relações com os atuais prefeitos municipais, que ainda terão mais dois anos de mandato na data da posse do governador, o parlamentar dispensa apresentação pelo trabalho que desenvolveu no comando da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa durante os últimos quatro anos.
Fazendo política com seriedade e levando ao pé da letra a máxima de que palavra empenhada é compromisso a ser cumprido, Paulo Corrêa, auxiliado pelo primeiro secretário, Zé Teixeira (PSDB), pelos demais membros da Mesa e com o aval dos demais parlamentares, promoveu uma verdadeira transformação no relacionamento do Poder Legislativo com a sociedade.
Além de literalmente abrir as portas da Assembleia para a população de Mato Grosso do Sul, a atual Mesa Diretoria dinamizou o setor de comunicação da Casa fazendo com que os órgãos de comunicação de massa, como a TV e a Rádio Alems, realmente passassem a cumprir o papel para o qual foram criados, ou seja o de promover a integração dos parlamentares com a sociedade sul-mato-grossense.
ELEIÇÃO DA MESA E TCE – Embora não haja nada cogitado em caráter oficial, comenta-se nos corredores palacianos que se Paulo Corrêa atuar como magistrado na eleição da próxima Mesa Diretora da Alems, não ocupando nenhum dos sete cargos que compõem a Diretoria da Casa, será a sinalização de que ele deverá mesmo se licenciar após a posse para assumir a Casa Civil do Governo do Estado com a finalidade de auxiliar a administração de Eduardo Riedel.
Isto ocorrendo, um novo caminho começará a ser pavimentando por Paulo Corrêa, a estrada que liga o palácio onde funciona a Governadoria e a Casa Civil, o principal cargo político da administração estadual, a um outro palácio não tão distante, o que funciona o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS).
Com 65 anos completados no último dia 24 de julho, Paulo Corrêa já ocupou os principais cargos na hierarquia política estadual.
Foi secretário de estado, atuando diretamente no Poder Executivo, deputado estadual, exercendo a Presidência do Legislativo e, como tal, assumindo o cargo de governador na ausência do titular Reinaldo Azambuja, em um período que o vice-governador, Murilo Zauith, se encontrava em tratamento na Capital Paulista.
Dessa forma, a indicação de seu nome para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas seria um prêmio para que ele possa fechar seu currículo da vida pública com “chave de ouro”.
Uma certeza é a de que seu nome não enfrentará qualquer tipo de restrição por parte dos deputados estaduais com os quais conviveu ao longo de sua longeva carreira como membro da Alems, assim como de parte dos que estão chegando agora como estreantes no cargo parlamentar.
Pela legislação vigente, a idade limite para uma personalidade pública ser indicada para ocupar o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas é 69 anos, pois, são necessários cinco anos de exercício efetivo no cargo para o conselheiro se aposentar. Já a aposentadoria compulsória ocorre quando o conselheiro completa 75 aos de idade.
QUEM SAI PRIMEIRO – O ex-deputado estadual Jerson Domingos, que presidiu a Alems por oito anos seguidos, deve ser o próximo conselheiro a deixar o TCE, por aposentadoria compulsória.
Nascido em 14 de novembro de 1950, ele atualmente ocupa a vice-presidência do TCE/MS e deverá presidi-lo no próximo biênio.
No mais tardar, em 14 de novembro de 2025, Jerson Domingos deverá se aposentar por completar nesse dia 75 anos de idade.
Os demais conselheiros têm ainda mais de 10 anos pela frente para ocuparem o cargo. Só se aposentam por decisão pessoal ou para atender algum entendimento com representantes de outros poderes.
Esperar a aposentadoria compulsória de Jerson Domingues para ser indicado para o cargo de conselheiro do TCE/MS não será empecilho para Paulo Corrêa. Se ninguém sair por vontade própria para abrir a vaga, em 14 de novembro de 2025 o atual deputado estará com 68 anos, portanto plenamente apto para encarar o novo desafio em sua carreira repleta de lauréis.