Criadas para unificar siglas, as federações não devem garantir fidelidade partidária nos palanques estaduais. Quadros do PSDB e Cidadania, por exemplo, trabalham informalmente por candidaturas antagônicas em pelo menos três Estados. A situação é vista com estranheza no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde já são esperadas disputas na Justiça sobre esse tipo de divergência. No Distrito Federal, tucanos tentam viabilizar o senador Izalci Lucas ao governo, já o Cidadania aposta em Reguffe (União) para impedir a reeleição de Ibaneis Rocha (MDB). “Izalci é muito trabalhador, mas ainda não conseguiu agregar nenhum partido à sua pré-candidatura”, declarou à Coluna a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF).
VANTAGEM. O estatuto da federação dá mais poder à sigla com mais representantes eleitos, o que garante vantagem ao PSDB no DF. Lá, os tucanos contam com um senador; o Cidadania, com uma deputada federal. Nesse caso, a cadeira no Senado tem peso maior.
CONCORDO EM DISCORDAR. Apesar de a norma prever consenso entre os federados, os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, admitem as divergências. Ambos estiveram na reunião com diretórios do Pará na qual deram aval às lideranças locais para apoiar pré-candidaturas rivais.
PODE DAR RUIM. Na corte eleitoral, no entanto, há um entendimento de que essas divergências, mesmo que informais, não são compatíveis com a ideia de federação, embora não esteja expressa na lei. Às siglas, é bom pensar em 2024…
CLICK. Fernando Collor, senador (PTB-AL)
EM ALTA. A diminuição da vantagem de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas ecoa também nas redes, onde bolsonaristas voltaram, ao menos nesta semana, a dominar as tendências do debate político no Facebook e no Twitter.
CORTINA. Segundo apurou a consultoria .Map, o barulho dos influenciadores bolsonaristas alcançou seu melhor resultado nos últimos 13 meses. Com ataques a adversários do presidente, ao STF e em defesa de Daniel Silveira, a bolha bolsonarista fez as menções positivas ao presidente passarem de 55% em março para 72%.
…DE FUMAÇA. Perfis da direita representaram 43% de cerca de 1,4 milhão de postagens. Em março, a participação desse grupo era de 30%. “A mobilização da direita tenta tirar, nas redes, o foco de denúncias sobre Bolsonaro, como as do MEC”, avalia Marília Stabila, da .Map.
UM A MENOS. Sérgio Moro embarcou para os Estados Unidos com um desfalque na delegação. Candidato ao Senado pelo Podemos, o deputado estadual de São Paulo Heni Ozi Cukier, que o aconselhava em assuntos internacionais, cancelou sua viagem após Moro migrar para o União Brasil.
MÁGOA. “Ele tinha me convidado, mas não vou mais. A mudança de partido e de planos me impede”, disse. O parlamentar foi um dos membros do Podemos pegos de surpresa com a saída de Moro da legenda. “Faltou sensibilidade e conhecimento de como a política funciona. Até para desfazer alianças é preciso tomar cuidado com a forma”.
SINAIS PARTICULARES (por Kleber Sales). Heni Ozi Cukier, deputado estadual (Podemos-SP)
PRONTO, FALEI! Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara (PSD-AM)
Por Camila Turtelli, Matheus Lara e Gustavo Côrtes