Não deixe o tapa de Will Smith em Chris Rock desviar você do que deve ser o principal no Oscar: os filmes; veja onde assistir aos vencedores
Um tapa na cara de Chris Rock. Foi essa a reação do ator Will Smith, durante a cerimônia do Oscar, no domingo, após o colega fazer uma piada de mau gosto sobre a careca da também atriz Jada Pinkett Smith, esposa do astro da franquia “MIB – Homens de Preto” e de outras produções de sucesso.
Jada sofre de alopecia, doença autoimune que provoca a queda de cabelos, e o gesto violento de Smith ocorreu quando Rock estava prestes a anunciar a produção que levaria a estatueta de Melhor Documentário. Tem gente que não sabe, até agora, o nome do filme vencedor na categoria:
Deixando de lado o incidente infeliz, que acabou ofuscando o tradicional desfile de beldades em que normalmente se transforma a cerimônia e, o mais importante, a comoção em torno dos filmes em disputa, confira a seguir onde você pode ter acesso aos títulos que se deram melhor na disputa.
Além do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, para Troy Kotsur, o primeiro intérprete surdo a ganhar a láurea em 93 anos de existência do prêmio, “No Ritmo do Coração”, dirigido por Siân Heder, ficou com mais duas estatuetas, a de Melhor Filme e a de Roteiro Adaptado, que leva a assinatura da própria diretora.
O filme está disponível, com acesso pago, em três plataformas: Amazon Prime Video, YouTube e Apple iTunes – e nos cinemas de outras cidades.
NETFLIX
Detentor do maior número de indicações, 12 no total, o drama “Ataque dos Cães”, com Benedict Cumberbatch e Kirsten Dunst no elenco, garantiu à neozelandesa Jane Campion o Oscar de Melhor Direção.
Na trama, a presença da cunhada viúva e do sobrinho ameaça as verdades e o poder de combate de um fazendeiro durão da região de Montana, EUA, no ano de 1925. “Ataque dos Cães” pode ser conferido na Netflix.
Ao menos no combate das telas, pela disputa do prêmio de Melhor Ator, Will Smith levou a melhor, por sua atuação em “King Richards: Criando Campeãs”.
Dirigido por Reinaldo Marcus Green, o filme recupera a dedicação ferrenha do pai das tenistas Venus e Serena Williams para transformá-las em duas lendas do tênis mundial. Você tem várias alternativas para assisti-lo: HBO Max, Now, Oi Play, YouTube, Microsoft Store e Amazon Prime Video.
O prêmio de Melhor Atriz foi para Jessica Chastain pelo desempenho em “Os Olhos de Tammy Faye”, de Michael Showalter, que traz ainda Andrew Garfield no elenco. Com um enredo também biográfico, em torno da televangelista do título, o longa estreia no canal Star+ na quarta-feira.
A produção também garantiu o troféu de Melhor Cabelo e Maquiagem para Linda Dowds, Stephanie Ingram e Justin Raleigh, os responsáveis pela impressionante transformação no visual de La Chastain.
REMAKES
Já o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante ficou com Ariana DeBose, que se destacou como a Anita do elenco de “Amor, Sublime Amor”, remake da produção de 1961, vencedora da estatueta de Melhor Filme na época, dirigida por Robert Wise e Jerome Robbins.
O filme é uma espécie de “Romeu e Julieta” em Nova York, em que o amor correspondido entre Tony (Ansel Elgort) e Maria (Rachel Zegler) atravessa a disputa entre duas gangues rivais – os Jets e os Sharks – pelo controle das ruas. A nova versão, conduzida pelo diretor Steven Spielberg, está disponível no Disney+.
Outro remake premiado é “Duna”. Aliás, a produção dirigida pelo franco-canadense Denis Villeneuve, a partir do filme que David Lynch lançou em 1984, foi o longa mais premiado no Oscar 2022, fazendo jus a seis estatuetas, segundo os membros da AMPAS, sigla do nome em inglês da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Todos os Oscars do filme vieram de categorias técnicas – Fotografia (Greig Fraser), Trilha Sonora Original (Hans Zimmer), Edição (Joe Walker), Design de Produção (Patrick Vermette), Som (Mark Mangini e Theo Green) e Efeitos Especiais, que mobilizou uma equipe numerosa, de 400 profissionais.
A produção, que custou US$ 165 milhões, é mais uma adaptação da ficção científica do escritor Frank Herbert sobre o personagem Paul Atreides (Timothée Chalamet), o filho de uma família nobre encarregada de proteger um planeta temperado. “Duna” pode ser conferido no HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store e Amazon Prime Video.
ROTEIRO
Em Roteiro Original, quem venceu foi Kenneth Branagh, por “Belfast”, filme que também conta com o conhecido ator norte-irlandês na direção. Para assistir ao longa-metragem no Brasil, por enquanto, somente nos cinemas. Mas, nas salas de Campo Grande, a produção ainda não está em cartaz.
Nessa comédia dramática, rodada em preto e branco, as desventuras de uma família protestante e proletária de Belfast – capital da Irlanda do Norte, no Reino Unido – durante os anos 1960 aparecem, na tela, sob a perspectiva de um menino de nove anos, chamado Buddy (Jude Hill).
O mais recente lançamento do agente secreto 007, “Sem Tempo para Morrer”, ganhou o Oscar de Melhor Canção Original.
O tema “No Time to Die”, interpretado pela cantora Billie Eilish e seu irmão Finneas O’Connell, é a sexta canção da franquia a ser indicada, e a terceira a vencer, na categoria.
Antes dela, ganharam a estatueta: Adele, por “Skyfall”, de “Operação Skyfall”, em 2013, e Sam Smith, por “Writing’s On The Wall”, de “007 Contra Spectre”, de 2016. O novo filme, dirigido por Cary Fukunaga e com Daniel Craig no papel principal, está disponível no Now, Apple iTunes, YouTube e Microsoft Store.
JAPONÊS CAMPEÃO
O Oscar de Melhor Filme Internacional foi para a produção japonesa “Drive My Car”, do diretor Ryusuke Hamaguchi. No Brasil, o longa estreou nas salas de cinema há duas semanas, mas é outro dos títulos que ainda não entraram em cartaz em Campo Grande e tampouco aparece no menu de canais da TV paga ou das plataformas digitais.
A história gira em torno de Yusuke Kafuku, um ator que viaja, de carro, para Hiroshima, onde vai encenar a peça “Tio Vânia”, de Tchécov, em um festival de teatro.
Durante o percurso no veículo, conduzido pela discreta jovem Misaki, Kafuku confronta-se com o passado e o mistério sobre a sua mulher, Oto, que morrera subitamente, levando um segredo com ela.
Como Melhor Documentário em Longa-metragem, a Academia escolheu “Summer of Soul” (ou “Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada”), dirigido por Ahmir “Questlove” Thompson, sobre o Harlem Cultural Festival de 1969.
O filme investiga por que o evento, em que se apresentaram Stevie Wonder, Nina Simone, Sly and the Family Stone e outros grandes nomes da música negra, desapareceu da memorabilia pop com o tempo. É mais um título programado para as salas de cinema, em outras cidades, que dificilmente entrará em cartaz em Campo Grande.
CURTA NO YOUTUBE
Na categoria de Melhor Curta-metragem Documental, “The Queen of Basketball”, do canadense Ben Proudfoot, derrotou concorrentes como “Onde Eu Moro”, cuja direção é do carioca Pedro Kos, em parceria com o norte-americano Jon Shenk.
O curta vencedor retrata a trajetória de Lusia “Lucy” Harris-Stewart (1955-2022), primeira mulher a fazer uma cesta em uma competição de basquete feminino. Produzido por Shaquille O’Neal e Stephen Curry, dois ícones do esporte, o filme está disponível gratuitamente no YouTube.
O filme “Cruella”, protagonizado por Emma Stone, que deu o Oscar de Melhor Figurino para a inglesa Jenny Beavan, pode ser conferido no serviço de streaming Disney+.
POR MARCOS PIERRY