Cinco funcionários públicos foram afastados; investigação diz que suposto esquema de superfaturamento e lavagem de dinheiro funciona há pelo menos dez anos
A Polícia Federal abriu nesta quinta-feira, 10, a Operação Rolo Compressor contra um grupo suspeito de desviar recursos de obras públicas no Paraná. Segundo a investigação, há indícios de superfaturamento e lavagem de dinheiro.
Os alvos da operação são servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e empresas contratadas pelo órgão para execução e supervisão das obras. A Controladoria-Geral da União (CGU), que apoia da investigação, disse que os funcionários públicos receberam propina de empresários.
“Até o momento, as investigações já evidenciaram elementos consistentes que indicam o recebimento de vantagens indevidas, consubstanciadas em movimentação de dinheiro em espécie sem lastro nos saldos bancários declarados e ocultação de patrimônio em nome de terceiros”, diz a CGU. A Receita Federal também auxilia no inquérito.
Ao todo, 26 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Curitiba, estão sendo cumpridos por 125 policiais federais no Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo. A Justiça também autorizou a prisão de um dos investigados e determinou o afastamento cautelar de cinco servidores e o bloqueio de seus bens.
A investigação, iniciada em 2015, identificou que o esquema de fraudes nas contratações operava há pelo menos uma década. Um dos contratos sob suspeita é o da duplicação da BR-163, no valor de R$ 700 milhões. Técnicos da CGU identificaram sobrepreço e superfaturamento de R$ 60 milhões.
A reportagem entrou em contato com o DNIT e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
Por Estadão