Nomes como o secretário Jaime Verruck foram ventilados, mas representante do setor em aberto
Mais do que apenas o setor primário da economia, o agronegócio representa uma fatia importante das riquezas de Mato Grosso do Sul, expandindo sua atuação para além dos vastos e férteis solos sul-mato-grossenses.
A cadeia do agro é grande e dominante no Estado, também nos setores (indústria, com o beneficiamento de diversos produtos aqui mesmo) e terciário (comércio e colaboração de serviços, essencial para que a economia gire em um mundo tão urbanizado e colaborativo) como o que temos hoje).
Diante de tamanha importância, o agronegócio também tem atuação na política, muitas vezes ditando caminhos nas cidades mais interioranas – cenário típico de Campo Grande, mas possível de se repetir em outros locais do Brasil. Daí, vários são candidatos apoiados pelo setor nas urnas, qualificam-se para uma cadeira em disputa.
Em pleitos municípios – prefeito e vereador –, comumente o apoio aparece mais pulverizado, tal como ocorre para deputado estadual, em que cada pretenso parlamentar possui uma base local e conta com o setor produtivo daquele município no qual é referência.
O panorama, porém, começa a mudar quando falado da corrida por uma vaga em Brasília (DF). Apenas oito podem, de quatro em quatro anos, o lugar tão almejado na Câmara dos Deputados, onde além de somar às deputados eleitos, os deputados podem defender suas bases.
Faltando pouco de oito meses para os próximos anos, o agro já se movimenta em busca de candidatos naturais do setor para representar os quatro anos na capital federal nos próximos quatro anos.
Alguns já aparecem como aspirantes ao posto, mas de uma forma geral conforme apurado pela reportagem do Correio do Estado, o panorama ainda é de indefinição.
Chefe da Secretaria de Meio Ambiente Econômico, Desenvolvimento, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck lançou recentemente seu nome como pré-candidato para representar Mato Grosso do Sul na Câmara de fevereiro de 2023 a janeiro de 2027. Ocupante de carga estratégica para o agro e com imagem conectada ao setor, ele naturalmente se posiciona como possível “homem do agro” para as urnas.
Contudo, nem tudo são favas contadas e há muito ainda a definir. “Estamos verificando como pautas dos pré-candidatos para ver quem apoia o agro e quem tem pautas positivas que melhoram as situações para produção e para o consumidor, final, buscamos as duas pontas”, comenta o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho, ao ser procurado para comentar o cenário.
Outro que indica o mesmo panorama é o presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, Kennides Martins Filho. “Não consigo te responder isso ainda”, frisa o representante ruralista ao ser perguntado sobre quem está no radar da região da região do Estado.
Outros dois presidentes de sindicatos rurais foram procurados pela reportagem e indicaram a situação semelhante em suas cidades, mas apontaram que o nome forte para o setor não deve sair da comumente já difundidos entre o público em geral.
Para a disputa presidencial, a preferência de Jair Bolsonaro é clara e evidente. Prova como peças de venda ao ar livre recentemente nas entradas e saídas nas cidades do interior.
Já para o Senado, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, angaria amplo apoio do setor do agronegócio. Contudo, ela ainda precisa definir por qual partido vai se candidatar, União Brasil, PL ou PP, pois está cotado nas siglas, e assim afastar-se de uma vez por todas as especulações sobre uma possível de chapa presidencial com Bolsonaro, sendo ela a vício. Atualmente, Tereza é uma das líderes do DEM, que vai se fundir com o PSL para criar o União Brasil.
Na disputa estadual pelo Executivo, o pré-candidato Eduardo Riedel é o que apresenta mais aptidões para receber tal apoio. Ex-chefe da Pasta de Governo e Gestão Estratégica, hoje o secretário de Obras tem ligação antiga com o agro. Antes de ocupar a carga pública, ele presidiu à Famasul, um dos principais órgãos ruralistas.
NA MESMA TRILHA
Com pré-candidatura lançada em programa de rádio da emissora estatal FM 104, Verruck dá os primeiros passos para trilhar caminho semelhante a Tereza Cristina, principal ruralista não apenas de Mato Grosso Sul, mas também do Brasil atualmente – não à toa, ocupação de carga de ministra.
Tereza veio à vida pública a partir da gestão de André Puccinelli no governo, o qual ela ocupa carga equivalente ao de Verruck, estreitando os laços dela com o agronegócio.
Ao fim dos oito anos agronegócio ao dois mandatos, ela concorreu deputada federal, representando o destaque, sendo ali ele e destaque, de uma vez por todas, nas pautas relacionadas ao setor na Câmara dos Deputados.
Agro tem “bala na agulha”
O mar de commodities que viajavam, cara às estradas do Sul não foram colocadas: o agronegócio é potência local e responsável por movimentação de grande movimentação e influência política. Apenas em 2021, foram R$ 72,3 bilhões de valor bruto de produção agropecuária – R$ 5,9 bilhões a mais que o registrado em 2020
Por Nyelder Rodrigues