Pesquisa mostra que 80,9% dos entrevistados não aprova o transporte coletivo de Campo Grande
Os usuários do transporte coletivo e urbano de Campo Grande não aprovam a forma com que o serviço é oferecido pelo Consórcio Guaicurus.
Foi isso o que demonstrou pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) encomendada pelo Correio do Estado, onde 80,9% das pessoas responderam desaprovar o serviço.
Os entrevistados também de mostraram favoráveis a que o grupo seja investigado pela Câmara Municipal.
As entrevistas foram feitas entre os dias 3 e 4 de dezembro deste ano, com 330 pessoas de 18 anos ou mais.
O estudo foi realizado em coleta de dados presencial e os participantes oram abordados em todos os terminais de ônibus de Campo Grande.
A margem de erro considerada para a pesquisa é de 5,4 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.
Ao serem perguntados se aprovavam ou desaprovavam o serviço, apenas 18,79% respondeu favorável ao Consórcio Guaicurus.
Em outra pergunta, os entrevistados foram questionados sobre a qualidade do transporte coletivo na Capita.
A maioria respondeu péssimo (43,94%), enquanto outros 20% disseram que o serviço era ruim, 29,09% classificou como regular, 4,55% como bom e apenas 2,42% como ótimo.
As reclamações sobre os transportes são diversas, entre o preço da passagem, que hoje está em R$ 4,20, mas deve ser reajustado, até o horário que os carros circulam.
Para a assistente de serviços gerais, Elena Aparecida, 51 anos, o serviço oferecido é ruim. “Não é de hoje que temos que lidar com ônibus lotado, mau atendimento, linhas defasadas”.
“Agora estou tendo problema com o horário do ônibus, eles anunciam e eu compro passagem para pegar o 72 em um horário, mas diariamente quando chego no terminal o ônibus já foi embora, já passou, e não é porque eu estou atrasada, mas é porque eles estão adiantando o horário da linha, sem avisar.”
“Isso torna o dia ainda mais cansativo, porque saio do trabalho e tenho que ficar aqui esperando o próximo, isso é revoltante, eu pego pelo serviço, mas não tenho atendimento, não estou pedindo favor, eu pago por isso, mas eles não estão preocupados em resolver o problema”, afirmou Elena, que foi ouvida pela reportagem enquanto aguardava o carro da linha no Terminal Morenão.
A pesquisa foi feita, em sua maioria, com pessoas que usam diariamente o transporte coletivo. Dos 330 ouvidos, 61,21% fazem uso diariamente do meio de locomoção.
Outros 25,76% usam semanalmente e 13,03% mensalmente.
CPI
Em outro ponto, a pesquisa também questionou a população sobre a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Consórcio Guaicurus, grupo de empresas que exploram o transporte coletivo e urbano na Capital.
Sobre isso, 86,97% da população ouvida se disse favorável a abertura do processo na Câmara Municipal de Campo Grande.
Apenas 6,67% foram contrários a investigação e outros 6,36% disseram não saber ou não quiseram responder a pergunta.
Um novo pedido de investigação deve ser apresentado no retorno dos vereadores do recesso, em fevereiro de 2022.
Segundo informações do Correio do Estado, o texto será feito em conjunto com o procurador-geral da Casa de Leis, Gustavo Lazzari, além de parlamentares que contribuirão no processo.
Reportagem publicada pelo Correio do Estado no dia 10 de novembro mostrou que a criação da CPI já é um consenso entre os parlamentares e, diferente do que ocorreu na última vez que a investigação foi proposta, ela deve ser implantada.
Requerimento apresentado na Casa de Leis em agosto deste ano contava com três pontos centrais para a investigação: a má prestação do serviço, o descumprimento do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) elaborado pelo Tribuna de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) e o balanço financeiro da empresa.
O documento foi rejeitado pela Procuradoria-Geral da Câmara por não apresentar um “fato determinado”.
Por este motivo, o novo documento, que será elaborado com a procuradoria da Casa, será com base no contrato de concessão pactuado entre a Prefeitura de Campo Grande e a empresa responsável pelo transporte coletivo. (Colaborou Thais Libni)
Daiany Albuquerque