Em novembro, prefeitura da Capital e governo do Estado acirraram a concorrência perante a opinião pública
Os acontecimentos políticos deste mês mostram que o PSD e o PSDB, em Mato Grosso do Sul, outrora grandes aliados, estão cada vez mais longe um do outro.
Embora não haja como afirmar que a aliança entre os dois partidos chegou ao fim, os fatos recentes mostram que trata-se de um casamento em crise.
O maior motivo para o estremecimento na relação é que as únicas pré-candidaturas com chances de viabilização no Estado vêm das duas legendas.
Enquanto o PSDB aposta suas fichas no secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel, para a sucessão de Azambuja, o PSD já anunciou que Marquinhos Trad será seu candidato a governador de Mato Grosso do Sul em 2022.
Para que isso ocorra, porém, o prefeito da Capital precisa renunciar ao cargo que ocupa no dia 2 de abril.
Os primeiros sinais de que os partidos do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), e do governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), estavam concorrendo entre si vieram na primeira semana do mês.
Naquele período, o secretariado de Trad chegou a dar como certo o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em Campo Grande para 2022.
Na segunda semana de novembro, porém, houve uma mudança de rumo: o reajuste do tributo, um dos maiores responsáveis pela arrecadação do município, acabou não ocorrendo.
O anúncio do prefeito Marquinhos Trad, feito na segunda-feira (8), foi quase simultâneo a outra “boa ação” similar, feita pelo governo.
Naquela manhã, no Parque dos Poderes, Reinaldo Azambuja anunciava redução na alíquota do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para 2022, e também a redução do limite de idade para a incidência do imposto nos automóveis.
Agora, carros com até 15 anos de uso pagarão o tributo estadual, liberando os veículos com idade entre 16 e 20 anos de uso, cujo tributo incidia até este exercício.
Carnaval
Nesta semana, houve mais um sinal trocado entre o Parque dos Poderes e a Avenida Afonso Pena.
Na quinta-feira (25), o governador Reinaldo Azambuja anunciou que pretendia ajudar financeiramente as escolas de samba de Mato Grosso do Sul, incluindo as de Campo Grande.
Imediatamente após o anúncio de Reinaldo, Marquinhos Trad disse ao Correio do Estado que não faria festa de Réveillon e que o Carnaval era incerto.
Na sexta-feira, foi além e disse que a cidade não terá Carnaval de rua. Azambuja, por sua vez, manteve o anúncio de apoio às agremiações do Carnaval, mas deixou claro que tal decisão cabe aos prefeitos.
Bastidores
Nos bastidores, a guerra fria entre PSDB e PSD já ocorre e, nela, cada lado tem o seu trunfo. As informações de um lado para o outro já correm, e os dois partidos – ainda formalmente aliados – têm seus espiões na prefeitura da Capital e no governo do Estado.
Enquanto o PSDB está mais articulado no interior de Mato Grosso do Sul – até mesmo porque está à frente do governo estadual –, o PSD de Marquinhos aposta na popularidade do prefeito de Campo Grande, que é um dos políticos com maior influência nas redes sociais.
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